Denilson de Jesus Salvaterra foi condenado a 21 anos e 4 meses de prisão por matar o próprio filho, João Felipe Salvaterra de Jesus, 1 ano e 8 meses, asfixiado, em junho de 2022, em Primavera do Leste (231 km ao sul de Cuiabá). A sentença foi publicada na terça-feira (21), pelo juiz Alexandre Delicato Pampado, da comarca da cidade. A mãe da criança foi absolvida pelo júri popular.
De acordo com a Polícia Civil, no resultado da perícia e o interrogatório do indiciado foi apontado que apesar de tentar amenizar a violência, o pai bateu a cabeça e sacudiu com força a criança. Delegado Allan Vitor Sousa da Mata disse que a agressão causou lesões internas no cérebro do bebê e ainda obstruiu as vias aéreas da vítima.
Casal foi indiciado em inquérito policial conduzido pela Delegacia da Polícia Civil de Primavera do Leste pelo crime ocorrido em 20 de junho do ano passado. A criança foi levada até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) pelos pais, que chegaram com a vítima na unidade de saúde por volta das 06h50 e a morte foi atestada durante o atendimento.
O delegado, responsável pelo inquérito, destacou que o trabalho pericial demonstrou que as lesões encontradas e que provocaram a morte foram geradas por ações violentas praticadas contra a criança. O laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) concluiu que o menino morreu por asfixia causada pela obstrução das vias aéreas.
O pai da criança alegou em interrogatório que, durante a madrugada de 20 de junho do ano passado, deu mamadeira ao filho e em seguida o colocou em um berço improvisado, ao lado da cama do casal. Ele, então, disse que cobriu a criança e deixou o aparelho celular carregando ao lado do berço. Quando o casal acordou de manhã para levar o bebê à creche, teria encontrado o filho com o carregador do celular enrolado no pescoço. A boca da criança estava roxa, sem respiração, sem pulso e o levaram à UPA em seguida.
Perícia e flagrante
A análise preliminar no corpo da vítima constatou sinais de lesão na parte interna dos lábios, demonstrando que alguém teria feito força para tapar a boca da criança. A necropsia realizada pela equipe médica de peritos de Rondonópolis (218 km ao sul de Cuiabá) apontou lesões também na parte interna da cabeça e hemorragia no cérebro.
A mãe da criança foi ouvida pela Polícia Civil e alegou que não percebeu nada, mas relatou ter visto o marido na sala, alimentando a criança durante a madrugada e quando ele colocou o filho para dormir.
Com os indícios apontados na perícia preliminar, o pai da criança foi preso em flagrante à época e a Delegacia de Primavera do Leste representou à Justiça pela conversão em prisão preventiva.
“A análise pericial apontou que, apesar de tentar amenizar a violência, o indiciado bateu a cabeça da criança e a sacudiu, fortemente, a ponto de ter provocado as lesões internas na cabeça, e obstruiu as vias aéreas, impedindo a respiração e ocasionando o óbito por asfixia, consumando então o crime. Os vestígios encontrados derrubaram a versão apresentada pelo investigado à época” explicou o delegado.
Fonte: www.gazetadigital.com.br