Mato Grosso também lidera na projeção de crescimento para 2021, com aumento de 4,97%
Secom-MT
O Estado de Mato Grosso deve registrar crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 41% e liderar a retomada da economia brasileira, de acordo com dados da MB Associados, consultoria de análise macroeconômica. O aumento está estimado entre os anos de 2010 e 2022.
Mato Grosso também lidera na projeção de crescimento para 2021, com aumento de 4,97%. Conforme a análise, o agronegócio é o principal condutor do crescimento do PIB estadual. O Estado é o principal produtor de grãos do país e deve ser o responsável por quase 30% da safra nacional este ano.
A consultoria projeta que a renda total gerada no país pelo agronegócio deverá atingir em 2021 o volume recorde de R$ 965 bilhões, com um salto de 40% na comparação com 2020 (R$ 687 bilhões).
Confira a matéria do G1 na íntegra.
Estados atrelados ao agronegócio devem liderar alta do PIB em 2021; veja ranking
Levantamento mostra que estados das regiões Centro-Oeste e Norte deverão ter crescimento acima da média nacional neste ano e em 2022, favorecidos pelo ciclo favorável das commodities.
Os estados cujas economias são atreladas ao agronegócio devem registrar em 2021 um crescimento maior do que o nacional e liderar a retomada da economia brasileira até 2022, segundo levantamento da MB Associados.
A consultoria estima que 15 estados deverão ter um avanço acima da média nacional neste ano, sendo 8 deles das regiões Centro-Oeste e Norte, além de grandes produtores agrícolas do Nordeste como Piauí e Bahia.
O maior crescimento deverá ser observado no Mato Grosso (4,97%) e o menor no Rio de Janeiro (2%). Para o PIB do Brasil a projeção é de um crescimento de 3,2%, após o tombo de 4,1% em 2020.
“A tendência que já temos visto nos últimos anos e que permanece é que estados com uma base de commodities fortes tendem a ter uma recuperação um pouco mais forte, como é o caso dos estados do Centro-Oeste especialmente”, afirma o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale.
Entre os primeiros colocados do ranking, Amazonas e Rio Grande do Norte são os únicos estados cuja projeção de crescimento não está relacionada diretamente ao agronegócio, e sim a uma base de comparação mais fraca, uma vez que registraram em 2020 um tombo maior que o do PIB do Brasil.
“A Zona Franca de Manaus teve dificuldades no ano passado. Teve toda questão de ser uma cadeia de produção que depende de insumos e teve muita paralisação por conta disso”, explica.
Novo ciclo de alta das commodities
A alta demanda externa por commodities agrícolas e metálicas tem impulsionado as exportações brasileiras e contribuído para a melhora das projeções para o crescimento da economia em 2021. O preço do minério de ferro teve uma alta de mais de 40% em cinco meses, e a soja um aumento da ordem de 20%.
“O que vai salvar o PIB neste ano de fato é essa questão das commodities, que estão tendo essa performance bem forte”, diz o economista.
Commodities têm impacto de até 45% no PIB
Embora a agricultura e a pecuária tenham um peso da ordem de 5% nos números oficiais do PIB, o economista destaca que, quando é considerada toda a cadeia industrial, de serviços e de exportação relacionada ao setor, o PIB do agronegócio já representa atualmente uma participação da ordem de 30%. Nos estados do Centro-Oeste, o peso do agronegócio no PIB chega a ser superior a 80%.
“Praticamente um terço do PIB brasileiro é do agronegócio. Se junto as outras commodities –petróleo e gás, e mineração –, estamos falando de 40% a 45% do PIB do Brasil”, afirma o economista.
Ele destaca, porém, que as commodities agrícolas têm uma difusão mais forte na economia, contribuindo significativamente para impulsionar a renda e o consumo nas regiões produtoras.
“São mais empresas relacionadas ao segmento do agronegócio, mais produtos, mais gente contratada e é mas espalhado regionalmente também. Então acaba tendo um impacto mais forte do que o minério de ferro e o petróleo”, diz.
A consultoria projeta que a renda total gerada pelo agronegócio deverá atingir em 2021 o volume recorde de R$ 965 bilhões, com um salto de 40% na comparação com 2020 (R$ 687 bilhões).
Sudeste e Nordeste na lanterna
O levantamento mostra ainda que, considerando os resultados oficiais desde 2010 e as projeções até 2022, os estados do Sudeste devem ter a menor taxa de crescimento acumulada.
Os cinco primeiros colocados em crescimento deverão ser Mato Grosso, Piaui´, Roraima, Tocantins, Mato Grosso do Sul.
“As novas fronteiras agri´colas que foram surgindo, especialmente na regia~o do Mapitoba (Maranha~o, Piaui´, Tocantins e Bahia) e que colocaram o Piaui´ e o Tocantins entre os 5 de maior crescimento, ajudam a contar a narrativa de desenvolvimento desses estados”, afirma Vale.
Já os 5 estados com o pior desempenho acumulado esta~o no Sudeste e Nordeste: Minas Gerais, Bahia, Sa~o Paulo, Rio de Janeiro e Sergipe.
“Os cincos piores estados em termos de crescimento sa~o aqueles relacionados a`s estruturas tradicionais da economia, especialmente com forte base em serviços, ou que tiveram menos apoio do Estado com crescimento menor do Bolsa Família e do sala´rio mínimo”, diz o economista, acrescentando ainda que é natural que estados mais pobres cresçam mais que os mais ricos, como os do Sudeste.
Com relação à região Sul, o estudo destaca que se trata de uma economia madura tanto para a economia tradicional como para agronego´cio, com estados com elevada taxa de produtividade e sem grandes extenso~es de a´rea para crescimento.
Apesar das diferenças regionais e de performance, a MB avalia que, até o final de 2022, todos os estados conseguirão ter recuperado o que se perdeu com a crise da pandemia do novo coronavírus.
Na avaliação da consultoria, o Sudeste, tende a recuperar o que se perdeu com a crise pela força de sua base de serviços (São Paulo) e commodities (Minas Gerais e Espírito Santo). Já o Rio de Janeiro, apesar da forte cadeia de óleo e gás, “tem sofrido com as inúmeras turbulências políticas que acabam sendo um elemento negativo para o investimento”.
Fonte: mt.gov