O Corinthians está muito próximo de acertar um novo acordo com a Caixa Econômica Federal referente ao financiamento da Neo Química Arena. Nesse trato, o Timão pretende quitar sua pendência com a instituição financeira comprando títulos de dívidas, semelhantes a precatórios, (dívidas do banco que são pagas em muitos anos), além de utilizar valores referentes ao Naming Rights, que hoje giram em torno de R$ 400 milhões, podendo cair para R$ 350 milhões se forem utilizados imediatamente.
Ao comprar títulos de dívidas da Caixa, o Corinthians assumirá um compromisso da instituição financeira e, assim, passará a ter um débito com uma empresa privada que tem dinheiro a receber do banco. A questão é que esses títulos perderam valor por conta do deságio, um desconto que se aplica a um título em relação ao seu valor inicial devido à alteração das taxas em relação ao tempo.
A reportagem da Gazeta Esportiva apurou que o título a ser comprado pelo Corinthians não será inferior a R$ 90 milhões e pode chegar a R$ 110 milhões, devido a variáveis, com o deságio. Wesley Melo, diretor financeiro do clube, afirmou em entrevista ao Meu Timão nesta segunda-feira que o plano do Alvinegro é resolver essa pendência em cinco anos.
Esse valor vai ser diariamente corrigido pelo IGP-M, uma taxa de inflação que funciona como índice geral de preço de mercado que corrige aluguéis, títulos de mercado, contratos mercantis etc.
O índice IGP-M, neste momento, se encontra negativo, em -4,46%, o que é algo positivo para o Corinthians, já que o valor acaba sendo reduzido. Com o índice atual de IGP-M, que oscila constantemente, o Timão pagaria a essa empresa cerca de R$ 15 milhões por ano, usando como base o melhor dos cenários, com o título ao custo de R$ 90 milhões.
O valor é considerado viável pelo Corinthians, tendo em vista o que o clube arrecada anualmente com a Arena. Só em 2022, o Corinthians teve um resultado positivo líquido com a Neo Química Arena de R$ 41,1 milhões, como consta no balanço financeiro da agremiação.
“Vamos pagar diretamente à empresa, em cinco ou oito anos, provavelmente em cinco anos. E só com correção da IGP-M, sem juros. E nessas condições, a gente consegue pagar de uma maneira relativamente tranquila. Uma vez que minha pendência com a Caixa está liquidada, tenho outros nós que são desamarrados. A receita de bilheteria hoje, que é para pagar a Caixa, vem para mim. Alimentos e bebidas vêm para mim. Todas as garantias, venda de jogador… Também tenho um fundo que preciso reservar para dar de garantia à Caixa, não vou precisar mais. Muito da receita da própria Arena, que hoje não estou contando pois está sendo reservada para pagar a Caixa, vem para mim. Assim, esse fluxo para pagar esse residencial é bem mais tranquilo”, comentou Wesley Melo em entrevista ao canal Meu Timão.
Wesley está otimista para acertar o novo acordo com a Caixa em breve. Na visão do diretor, Corinthians e banco devem oficializar o novo trato em “questão de dias, semanas”. O homem das finanças do Timão afirmou que tudo “está muito bem encaminhado”.
Fonte: www.gazetaesportiva.com