Segundo dados do IBGE, desemprego no país atingiu 8,3 milhões em setembro deste ano, queda de um ponto percentual ante setembro de 2022
A taxa média de desemprego no Brasil ficou em 7,7% no trimestre móvel encerrado em setembro deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta terça-feira (31/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em agosto de 2023, o índice havia ficado em 7,8%.
O desemprego recuou um ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado, quando estava em 8,7%. Trata-se da menor taxa de desemprego desde o trimestre móvel terminado em fevereiro de 2015
A taxa de desemprego veio em linha com as estimativas do mercado. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções, estimava um índice de desocupação exatamente de 7,7%.
Já a população ocupada (99,8 milhões) cresceu 0,9% em relação ao trimestre anterior e 0,6%, na comparação com o mesmo período de 2022. É o maior contingente de ocupados desde o início da série histórica, em 2012.
Na comparação com o trimestre móvel anterior, de acordo com o levantamento do IBGE, houve aumento da população ocupada no segmento de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,5%). Os demais grupos não apresentaram variação significativa.
Rendimento real
O rendimento real habitual foi de R$ 2.982 em setembro, segundo o IBGE. Na comparação com o trimestre móvel anterior, houve aumento do rendimento real na indústria (5,3%) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,7%). Os demais segmentos não tiveram variação significativa.
Em relação ao mesmo período de 2022, houve aumento do rendimento real nas seguintes categorias: indústria (6,3%) alojamento e alimentação (12,3%) administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,2%) e serviços domésticos (3,9%). Os demais segmentos não apresentaram variação significativa.
Análise
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílio do IBGE, a queda do desemprego em agosto consolida a recuperação do mercado de trabalho no pós-pandemia, com o aumento do número de pessoas trabalhando.
“A queda na taxa de desocupação foi induzida pelo crescimento expressivo no número de pessoas trabalhando e pela retração de pessoas buscando trabalho no terceiro trimestre de 2023”, explicou Beringuy.
“Em relação ao trimestre móvel anterior, mais da metade das pessoas que foram inseridas no mercado de trabalho foram provenientes do crescimento da carteira assinada. Isso fez com que a expansão da ocupação formal fosse muito maior que a da informal.”
Para Maykon Douglas, economista da Highpar, “os dados reforçam a trajetória dos últimos meses e a avaliação de resiliência do emprego e da renda ao longo do ano, que explicam boa parte da expansão do consumo das famílias”. “Esperamos um leve aumento da taxa para 8% até o fim do ano”, pondera.
Principais resultados da pesquisa
- Taxa de desocupação: 7,7%
- População desocupada: 8,3 milhões de pessoas
- População ocupada: 99,8 milhões
- População fora da força de trabalho: 66,8 milhões
- População desalentada: 3,5 milhões
- Empregados com carteira assinada: 37,4 milhões
- Empregados sem carteira assinada: 13,3 milhões
- Trabalhadores por conta própria: 25,5 milhões
- Trabalhadores domésticos: 5,8 milhões
- Trabalhadores informais: 39 milhões
- Taxa de informalidade: 39,1%
Diferença em relação ao Caged
Ao contrário do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que considera apenas os trabalhadores com carteira assinada, a pesquisa do IBGE mede a taxa de desemprego entre todos os trabalhadores na economia, incluindo o mercado informal.
Na segunda-feira (30/10), foram divulgados os dados do Caged referentes a setembro. O Brasil criou 211.764 empregos com carteira assinada no período, acima do esperado
Fonte: metropoles.com