Enganada pela quadrilha, vítima transferiu R$ 1,5 milhão pela compra de 650 cabeças de gado
Delegados responsáveis pela investigação que resultou na operação Fake Farmer
A associação criminosa alvo da operação Fake Farmer, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (24) em diversas cidades do Estado, se infiltrou em grupos de WhatsApp de negociação de gado, enganando um comprador que perdeu R$ 1,5 milhão.
O criminoso se vale daquela primeira informalidade nessa negociação de gado, às vezes até da dificuldade de sinal de internet
Segundo a Polícia Civil, os criminosos atuavam como falsos intermediadores de venda, e a transação em questão, ocorrida em 2021, era referente a 650 cabeças de gado.
“O criminoso se vale daquela primeira informalidade nessa negociação de gado, às vezes até da dificuldade de sinal de internet no meio rural para cometer esse golpe”, disse o delegado Leonardo Pires, de Goiás.
“Na abordagem dos criminosos, eles conseguem se infiltrar em grupos de WhatsApp onde o gado é ofertado. Geralmente, esse tipo de negociação de gado é feito com base em intermediações, ou corretores de gado da região”, completou.
Conforme a investigação, a associação criminosa recebeu o valor de R$ 1,5 milhão por meio de seis transferências Pix, enviadas a seis contas de titularidades diferentes, todas elas de Mato Grosso.
“Os responsáveis pela aplicação da engenharia social conseguiam se imiscuir nessa cadeia de negócio. Então, ora se passando por comprador, ora se passando por vendedor, ora se passando por corretor”.
“E assim conseguem manter tanto o comprador quanto o vendedor em erro, e fazem com que o comprador transfira dinheiro para uma conta corrente que não é do vendedor, como foi o caso”.
A investigação
A operação deflagrada pela Polícia Civil de Goiás resultou na prisão de 33 pessoas, no cumprimento de 61 mandados de busca e apreensão em Cuiabá, Várzea Grande, Diamantino, Araputanga e Paranaíta. Além do sequestro judicial de R$ 1,5 milhão e o bloqueio de mais de 830 contas bancárias.
“Houve inclusive duas prisões em flagrante por posse e porte ilegal de arma de fogo. Um preso aqui em Cuiabá e um preso no interior. Nós identificamos mais de 81 transações em mais de 20 instituições bancárias. A ideia do criminoso é pulverizar, trocando a titularidade do beneficiário do valor fraudulento para conseguir elidir a investigação”.
O trabalho investigativo identificou até o momento duas vítimas dos criminosos, sendo o comprador e o vendedor das 650 cabeças de gado. Conforme a Polícia, a associação criminosa explora a precariedade do sinal de internet nas zonas rurais, onde parte da transação é desenvolvida.
Após manter contato com vasta lista de corretores de gado, o golpista intermediou a venda, se apresentando ao real proprietário dos animais como devedor do comprador. Ao comprador, o mesmo suspeito disse que havia adquirido o rebanho por meio de uma negociação imobiliária, enganando assim as duas vítimas.
Na negociação, o comprador foi induzido pelo estelionatário a efetuar as transferências PIX que totalizaram um milhão e meio de reais para criminosos domiciliados em Mato Grosso que, por sua vez, pulverizaram o valor entre outras 52 pessoas envolvendo várias instituições bancárias.
Fonte: midianews