Uma pesquisa realizada pelos servidores da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) sobre os vetores de leishmanioses em Mato Grosso foi publicada na Revista Pan-Amazônica de Saúde. O periódico eletrônico é anual e considerado referência nacional nas áreas de biomedicina, meio ambiente, saúde pública e antropologia médica.
O trabalho atualizou a lista das variadas espécies de mosquito-palha no estado, conhecido cientificamente como flebotomíneos; o inseto é transmissor de leishmanioses. A pesquisa ainda apresentou onde estão distribuídas essas espécies conforme o município e o Bioma de Mato Grosso. Esses dados não eram atualizados há 19 anos. Veja a publicação neste link.
A notícia da publicação do trabalho na revista nacional foi recebida com alegria pelas autoras da pesquisa, as servidoras dos Escritórios Regionais de Saúde de Sinop, Sirlei Thies, de Barra do Garças, Mirian Martin e Sinara de Moraes, e da unidade central da SES, em Cuiabá, Jaqueline Menegatti.
“Para nós, a publicação é um reconhecimento da qualidade empregada nos trabalhos desenvolvidos em Mato Grosso. Isso mostra que os servidores têm potencial para cooperar com a radiografia do estado no que tange a leishmaniose”, pontua Sirlei.
A pesquisa foi realizada com o intuito de atualizar os dados que estavam defasados, já que o último levantamento realizado pela SES foi em 2004. Naquele ano, foram encontradas 106 espécies de mosquito-palha em Mato Grosso. O trabalho deste ano registrou 132 espécies de transmissores de leishmanioses.
O número de municípios pesquisados também foi ampliado. O grupo de servidores evoluiu de 68 municípios – analisados em 2004 –, para 118 municípios, pesquisados em 2023.
“As quatro principais espécies vetoras da doença no país foram registradas nos três biomas, sendo eles Pantanal, Cerrado e Floresta Amazônica, e nosso estado é detentor dos três biomas. Então, fazer esse tipo de pesquisa é imprescindível para identificarmos com que tipo de transmissor estamos lidando. A partir disso, é possível planejar as ações de enfrentamento”, entende Sirlei.
Além da publicação na revista Revista Pan-Amazônica de Saúde, o trabalho também foi selecionado para apresentação oral no 58º Congresso Brasileiro de Medicina Tropical, que ocorreu em setembro na cidade de Salvador, na Bahia. “Isso também é uma prestação de contas dos serviços realizados e prestados à população, mostrando que a ciência precisa andar junto com o serviço”, conclui Sirlei.
O que é leishmaniose?
-
Os protozoários Leishmania (organismos infecciosos unicelulares) são geralmente transmitidos pela picada de mosquitos-palha infectados.
-
As pessoas podem ter sintomas leves ou nenhum sintoma ou ter ulcerações na pele (leishmaniose cutânea) ou ulcerações no nariz, na boca, ou na garganta que podem resultar em deformações graves (leishmaniose mucosa) ou ter febre, perda de peso, fadiga e aumento do tamanho do baço e do fígado (leishmaniose visceral).
-
Os médicos diagnosticam a infecção ao examinar amostras de tecido infectado ou ao fazer exames de sangue.
-
Os medicamentos usados para tratar a infecção dependem da forma clínica da leishmaniose, do estado do sistema imunológico da pessoa, da espécie de Leishmania que está causando a infecção e de onde a infecção foi contraída.
- Usar repelentes de insetos e mosquiteiros, além de roupas tratadas com inseticidas ajuda a evitar picadas por moscas de areia.
Transmissão da leishmaniose
Minúsculos mosquitos-palha infectados transmitem a Leishmania ao picar pessoas ou animais, como cães ou roedores.
Em casos raros, a infecção é transmitida por transfusões de sangue, por injeção com agulha previamente utilizada por uma pessoa infectada, de mãe para filho antes ou no momento do nascimento ou, muito raramente, por contato sexual ou acidentes por picadas de agulha em laboratório.
Fonte: cenariomt.com.br