Em entrevista nesta quarta-feira os deputados estaduais Valdir Barranco (PT) e Lúdio Cabral (PT) criticaram a postura do Governo do Estado em buscar a estadualização do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, prometendo investimentos de R$ 200 milhões, enquanto não deixa de lado os parques estaduais.
Leia também – Carvalho diz que indígenas são a favor de decisão do Senado que aprovou Marco Temporal
O governador Mauro Mendes participou de uma reunião, nessa terça-feira (3) com a ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, para tratar sobre o parque. Ficou definida a criação de um grupo de trabalho com o objetivo de viabilizar investimentos do Governo de Mato Grosso na região, porém sem que o Estado assuma a gestão do parque.
Tramita no Senado, na Comissão de Meio Ambiente, um projeto de Lei que visa a estadualização do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. O deputado Valrid Barranco disse que seu partido é contra.
“O PT é contra, inclusive nós vamos aprovar uma resolução no diretório estadual do PT contra a estadualização porque nós sabemos o que é que está por trás disso […] ontem ainda foi na Marina Silva, ela é uma pessoa extremamente consciente, inteligente, comprometida, eu acho que é perda de tempo ir lá conversar com ela sobre isso, porque o histórico do Governo do Estado depõe contra o Governo do Estado na questão ambiental, não há respeito à questão ambiental”, pontuou.
Barranco ainda lembrou que o Governo já tem parques estaduais para se preocupar em gerir, mas não tem feito investimentos em nenhum deles.
“Nós não temos que ficar pensando nos parques, é um parque nacional, o Governador tem parques estaduais, ele nunca investiu um centavo, estão abandonados e agora ele vem querer dizer que ele tem interesse no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, porque ele quer cuidar do meio ambiente, isso é um absurdo”.
O deputado Lúdio Cabral citou o caso do Parque Estadual de Águas Quentes. Um dos argumentos do Governo é que, se houver concessão do Parque da Chapada para uma empresa, a população poderá ser cobrada para acessar o local.
“Se o Governo do Estado estivesse preocupado com o preço de ingresso em unidade de conservação não deixaria o Parque Estadual das Águas Quentes ter um day use R$ 180. […] Então se a preocupação do Governo do Estado fosse com o que o trabalhador fosse pagar para ingressar no parque, eles já teriam modificado essa situação […] Então a questão não é essa, isso é muito mais discurso do que fundamento”.
O parlamentar ainda pontuou que a estadualização é inconstitucional e esta é uma batalha perdida para o governador. Ele afirmou que Mauro saiu da reunião com Marina ciente disso e destacou que o que era proposto pelo Governo para a Chapada não condiz com a realidade do parque.
“Pelo que eu percebi […] ele saiu da agenda convencido de que não cabe mais esse debate de estadualização, cabe sim parceria entre o Governo Federal, o Governo do Estado e municípios pra realizar investimentos […] Nós não podemos confundir investimentos em um parque nacional com, por exemplo, investimentos em playground né? É um outro tipo de investimento […] Parque Nacional de Chapada dos Guimarães não é uma Disneylândia”.
Ainda lembrou que, na região de Chapada, o Governo do Estado já pode fazer investimentos, como por exemplo no Mirante.
“O Mirante é uma unidade de conservação estadual, nos tais R$ 200 milhões que o estado pretende investir, R$ 35 milhões é no Mirante, não há impedimento do estado já realizar esses investimentos porque se trata de uma unidade de conservação estadual, não depende da relação com o Governo Federal”.
Fonte: gazetadigital.com.br