MT: CASO JUIZ LEOPOLDINO: MPF destaca que ‘lei é para todos’ e cobra fim de ação

MT: CASO JUIZ LEOPOLDINO:  MPF destaca que ‘lei é para todos’ e cobra fim de ação
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O júri popular do empresário Josino Guimarães, acusado pelo homicídio do juiz Leopoldino Marques do Amaral, em 1999, foi entrou no terceiro dia nesta quarta-feira (23). No fim da tarde de terça-feira (22), ele sentou novamente no banco dos réus, onde chorou e negou conhecer os assassinos do magistrado.

Neste, que deve ser o último dia, Ministério Público Federal (MPF) e defesa entram em debate. Logo nos primeiros minutos da audiência, o procurador Fabrício Carrer  destacou como o juiz Jeferson Schineider foi corajoso a época, em seguir com o caso envolvendo tantas pessoas influentes. Frisou que aquele cenário ( de julgamento) não é comum ao empresário, pessoa abastada, mas que a lei é para todos. Os depoimentos começaram às 9h30.

“Não sei se há familiares dos réus e das vítimas, mas é importante saber o que acontece dentro do plenário, os feitos do processo. Processo emblemático e preciso cobrar o fim dessa história e se Deus quiser hoje colocaremos um ponto final”, destacou o representante do MPF.

O procurador citou que na semana em que o juiz foi morto, ele deveria comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário, em tramitação no Senado, que investigava irregularidades de juízes e desembargadores. Antes, ele tinha denunciado menos 14 desembargadores e 5 juízes de Mato Grosso, por venda de sentenças. Comércio que era intermediado pelo empresário Josino.

“Se ele foi morto, é pq tinha algo importante a dizer. Se as denúncias eram verdadeiras ou não, jamais saberemos, porque não tivemos acesso às provas. Podem imaginar qual seria o desfecho do julgamento, dado as forças políticas daquela época”, destacou o magistrado.

A acusação tem 1h30 para sustentar os argumentos para condenar o empresário e a defesa terá o mesmo tempo para rebater os apontamentos e convencer os 7 jurados a inocentar Josino.

Na terça-feira (22), Josino depôs por cerca de 3 horas no júri popular, que acontece na Justiça Federal de Mato Grosso. No início de sua fala, o empresário disse que tinha relações estritas com o desembargador Odiles Freitas de Souza, que era como um “pai” para ele. Josino teria pegado empréstimo com ele por diversas vezes.

Além de Odiles, ele também pegou dinheiro emprestado como Chico Badotti e Valdir Piran.

No entanto, o empresário negou conhecer o ex-policial militar José Jesus de Freitas, mesmo após o Ministério Público apontar a existência de uma fotografia dos dois juntos, durante um evento de campanha do ex-governador Julio Campos.

Segundo conta, Jesus era uma pessoa pegajosa e tinha fama de matador, por isso, não se envolveria com ele. “Meu envolvimento com Jesus é zero”, disse.

“Ele tinha fama de matador, que roubava. Fiquei sabendo pela imprensa. Hoje não consigo convidar ninguém pra minha casa, como vou ficar perto dele?”.

‘Isso é coisa de Pedro Taques’
O empresário chorou ao relembrar sobre o então procurador da República na época, Pedro Taques. Josino afirmou que o ex-procurador foi na imprensa e “meteu a boca nele”. “Isso tudo é coisa de Pedro Taques”, disse no depoimento.

Em seguida, Josino chora ao falar novamente sobre o ex-governador de Mato Grosso. “Arrebentou com minha vida, com minha empresa, com minha família, com acusações”, lamentou.

Fernandinho Beira-mar

Antes da morte de Leopoldino, ocorrida em 1999, o juiz Paulo César Alves Sodré questionou sobre a fazenda de Josino em Chapada dos Guimarães, que esteve na mira da CPI do Narcotráfico.

Um informante teria afirmado que o traficante Fernandinho Beira-Mar frequentou a propriedade de Josino.

Além de negar a presença do megatraficante, ele também negou que se parecia com as feições descritas por Jose Jesus de Freitas, conhecido como Sargento Jesus.

O informante ainda disse que Josino sempre aparecia no local com uma caminhonete toda fechada.

Fonte:      gazetadigital.com


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