Por unanimidade, a Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso reduziu de 20 para 18 anos e oito meses a pena do empresário Guilherme Dias de Miranda por mandar matar o personal trainer Danilo Campos, em Cuiabá. Ele segue preso em regime fechado.
O crime ocorreu no dia 8 de novembro de 2017, no bairro Goiabeiras. Danilo era filho do ex-vereador de Várzea Grande, Nilo Campos. A decisão foi dada durante sessão realizada na tarde desta quarta-feira (27). Os desembargadores seguiram o voto do relator, Gilberto Giraldelli.
Ele argumentou que apesar das provas não deixar nenhuma dúvida que o empresário idealizou e premeditou o crime, o júri errou ao valorar a condenação por conta da sua “conduta social”, uma vez que possui passagens criminais por suposta prática do crime de estelionato.
Conforme o relator, a “conduta social diz respeito à avaliação do comportamento do agente no convívio social, familiar e laboral, perante a coletividade em que está inserido, ou seja, não é sinônimo de antecedentes ou do histórico criminal do sentenciado”.
Júri anulado
Na mesma sessão, os desembargadores também seguiram voto de Giraldelli para anular júri popular que condenou Wallisson Magno de Almeida Santana, apontado como executor do crime, a nove anos de prisão, determinando a realização de um novo julgamento. Wallisson cumpre prisão em regime semiaberto, com uso de tornozeleira eletrônica.
De acordo com o relator, o júri agiu manifestamente contrário à prova dos autos ao afastar a qualificadora de “recurso que dificultou a defesa da vítima” da condenação de Wallison, sendo que tal qualificadora foi aplicada à pena de Guilherme.
O crime
O corpo do personal foi encontrado caído ao lado do carro, na rua General Ramiro de Noronha. Conforme denúncia do Ministério Público Estadual, Guilherme planejou a morte de Danilo por ciúme de sua esposa Ane Lise Hovoruski.
A mulher teria tido um relacionamento extraconjugal com Danilo, que trabalhava como personal trainer na academia que ela frequentava.
A denúncia narra que Walisson executou a vítima, a mando de Guilherme, da garupa de uma moto. Guilherme e Walisson foram presos em março de 2018 em um condomínio em São Paulo, portando documentos falsos.
Na época, Ane Lise também chegou a ser presa, mas foi colocada em liberdade após colaborar com as investigações e declarar ter sofrido ameaças do então marido. Ela não foi denunciada pelo Ministério Público.
Fonte: odocumento.com.br