Presidente da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputada Janaina Riva (MDB), disse que os parlamentares devem apreciar, ainda nessa semana, a denúncia da vereadora Maysa Leão (Republicanos) contra o deputado estadual Gilberto Cattani (PL). O parlamentar é acusado de incentivar o ódio após sugerir que Maysa estaria defendendo estupradores em uma postagem no Instagram. Corregedor Max Russi já disse que irá votar pelo arquivamento da acusação.
“Meu encaminhamento será pelo arquivamento. Não tem legitimidade. Maysa não tem legitimidade para propor isso. Não se pode aceitar algo que não tem como ser aceito dentro da Comissão. Outro motivo foi que a troca de ideias, a divergência faz parte do processo democrático”, disse na tarde desta quarta-feira (13).
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Mais cedo Janaina disse que a reclamação estava em posse do corregedor da Comissão de Ética, deputado Max Russi (PSDB), que deve emitir seu parecer para análise dos demais membros do grupo nos próximos dias. Ele já manifestou pela improcedência e agora os demais irão avaliar.
“Não vi Cattani postando nada neste sentido na rede dele, o que tem é de outras pessoas”, alegou.
“Já recebi o processo e encaminhei ao corregedor. Agora vem para a análise da comissão. No dia que ele protocolou, eu fiz o encaminhamento. Ele [Max Russi] só não queria analisar antes da primeira votação para que não houvesse confusão”, disse.
Segundo Janaina, o documento foi encaminhada no mesmo dia que Maysa protocolou a denúncia na Casa de Leis. No entanto, Max pediu que a apreciação do caso ocorresse após a votação que decidiu “censurar” Cattani por comparar a gestação de mulheres com as de vacas.
Nesta semana, Maysa pediu que os parlamentares adotem uma postura mais firme contra o Cattani. Ele também criticou a punição, considerada “branda”, dada ao parlamentar diante da repercussão negativa que o caso ganhou.
Janaina, por sua vez, tratou a decisão como um “caso delicado”.
“Como foi uma votação secreta, eu não vou revelar o que se discutiu lá dentro. Mas houve uma votação por 3 a 2 e o parecer pela advertência acabou vencendo. Essa discussão é complicada de ser feita, porque todo mundo é colega”, disse.
O caso
A denúncia feita pela vereadora diz respeito a um vídeo em que ambos discutem a castração química para estupradores. O bolsonarista questiona se a parlamentar é favorável e ela pondera que “cada caso deve ser estudado”. A partir daí passou a receber críticas e ameaças por estar “defendendo estupradores”. Maysa disse que o deputado fez corte tendencioso no material.
Fonte: gazetadigital.com.br