Presidente do MDB de Mato Grosso, o ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB), mantém postura de aversão ao bolsonarismo, podendo prejudicar a estratégia de alguns pré-candidatos do partido, que tentam se aproximar da direita. Como é o caso do prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), pré-candidato à reeleição, e do deputado estadual Thiago Silva (MDB) que tenta viabilizar sua pré-candidatura a Rondonópolis.
Enquanto Thiago e Kalil se esforçam para criar um discurso de que é de centro-direita – o que vai totalmente contra o histórico de militância e ações de mandato de ambos, mas se faz necessário pela característica majoritária do eleitorado mato-grossense – Bezerra segue criticando exatamente este público, que deu quase 65% dos votos a Jair Bolsonaro, em 2022.
Reconduzido à função de líder do MDB em Mato Grosso, na semana passada, o ex-deputado mais uma vez não escondeu a insatisfação pela derrota pessoal e reiterou seu desprezo total pelos deputados bolsonaristas que ocuparam, só pelo PL, metade das vagas no estado na Câmara Federal. Resultado da direita foi crucial para evitar a reeleição do veterano.
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Bezerra atacou, por exemplo, o deputado federal Abílio Brunini (PL), que vem “caindo nas graças” dos bolsonaristas em todo o país pelo enfrentamento ácido ao PT, em Brasília. Para o chefe do MDB, contudo, o parlamentar é apenas uma espécie de “cacareco” de Mato Grosso, fazendo alusão a um rinoceronte eleito pelo estado de São Paulo, nos anos 50.
Bezerra diz ter sido “campeão de projetos aprovados”, mas sinalizou que, mesmo com o serviço prestado, foi vítima da onda de fake news e radicalismo, repetindo narrativa muito comum dos partidos de esquerda. “O povo que fez isso, o que vamos fazer?”, criticou Bezerra.
Cacique finalizou dizendo que “agora infelizmente temos alguns eunucos, que não sabem onde começou e onde termina a coisa. Isso é ruim para o estado e para o Brasil”, estendendo assim a crítica para os outros deputados eleitos, fazendo alusão direta aos apoiadores do ex-presidente.
Com a fala do líder maior da sigla, o MDB acaba ganhando um posicionamento mais à esquerda, o que internamente atende a ideologia da maioria, mas prejudica situações específicas como a de Thiago, Kalil e até da deputada estadual Janaína Riva que pretende disputar o Senado nas eleições de 2026.
Fonte: gazetadigital.com.br