Diferentemente do que faz com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), quando sua administração é alvo de alguma operação policial, a deputada estadual Janaina “colocou panos quentes” em relação à situação do prefeito de Diamantino (208 km a médio-norte de Cuiabá), Manoel Loureiro Neto (MDB), gravado contando dinheiro de suposta propina de obras do município. Filmagens passaram a circular há cerca de 10 dias e colocam o gesto em cenário difícil de ser justificado, assim como Emanuel no episódio do paletó, quando aparece enchendo os bolsos de dinheiro.
Questionada se haveria alguma punição da nova direção do MDB contra o gestor emedebista, Janaina disse que não haverá, já que o partido não tem essa postura. “Nunca abriu contra Emanuel [Pinheiro], não vai fazer isso com nenhum outro prefeito, não é do partido fazer isso”, justificou durante a convenção estadual da sigla nessa quinta-feira (24), em Cuiabá.
Janaina afirma que caberá ao prefeito dar explicação à população de Diamantino e para a imprensa. “Eu entendo que ele [Manoel Loureiro] está passando por um momento difícil, mas vai chegar uma hora que vai ter que fazer, como o Emanuel Pinheiro também fez”, lembrou.
Ela admite que a operação contra o prefeito e as gravações de áudios e vídeo prejudicam a imagem do partido, mas que isso poderá ser tratado mais para frente.
Durante a convenção, o prefeito Manoel Loureiro esteve presente rodeado de assessores. O gazetadigital o questionou sobre as acusações, porém, ele disse que não falaria sobre a denúncia por orientação de seus advogados. Sem nenhum constrangimento, Loureiro ficou na convenção até o final, sempre com seus assessores e mexendo no celular.
Acusado de corrupção, Loureiro Neto foi filmado negociando pintura de prédio público com empresário da construção civil e contanto alta quantia em dinheiro em seu gabinete. Gestor é alvo da Operação Avaritia, deflagrada pelo Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco) em 15 de agosto deste ano.
O Ministério Público o acusa de cobrar propina de empresários que realizam obras no município. O valor seria 10% do total das obras.
Apesar das imagens e áudios, o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Rondon Bassil, não acatou o pedido de afastamento do gestor.
Fonte: gazetadigital