Para o gestor, os obstáculos que impedem a Prefeitura da capital de construir por conta própria o VLT deixarão um sentimento de frustração em sua administração
Para o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) a “grande frustração” de seus dois mandatos a frente do Palácio Alencastro será não ter conseguido superar os obstáculos para que a prefeitura pudesse construir o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Respondendo à uma pergunta de um ouvinte durante uma participação em um programa de rádio, Pinheiro disse que “se eu pudesse escolher algo estruturante que não vou conseguir deixar, por mil e um fatores, seria o VLT”.
O prefeito revelou que fez todos os esforços possíveis até agora para viabilizar a instalação do VLT “pelo menos no centro histórico” de Cuiabá. “Como prefeito, é uma grande decepção minha não poder entregar o 1º traçado, nem que fosse só na prainha e avenida do CPA”, afirmou Emanuel Pinheiro. O chefe do executivo cuiabano considera um grande prejuízo para a capital
a mudança forçada do modal para o BRT.
“Achei um prejuízo enorme. Gostaria de estar de mãos dadas com o governador do Estado nesta questão, decidindo junto com ele. Eu não fui consultado quando ele decidiu [pelo BRT], unilateralmente”, lamentou o prefeito.
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A fala de Pinheiro remete aos embates que ele vem travando com o governador Mauro Mendes (UB) desde que este anunciou, ainda na metade do seu primeiro mandato, que iria cancelar o projeto do VLT para instalar o BRT em linhas intermunicipais entre Várzea Grande e Cuiabá. Mendes decidiu abandonar o projeto do VLT – que deveria ter sido entregue para a Copa do Mundo de 2014 – sem considerar os impactos da decisão para o futuro do sistema de transporte coletivo na regiao metropolitana da capital.
Ainda durante o programa, Emanuel Pinheiro voltou a frisar que implantação do BRT só irá ocorrer na capital caso o Governo do Estado apresente um projeto consistente para que a prefeitura possa aprová-lo. “Cuiabá tem gestor que responde pela cidade e o governador não pode ignorar a autoridade municipal para fazer a intervenção que quiser. Só entra em Cuiabá [o BRT] se tiver projeto e a prefeitura aprovar. Se não, não vai entrar. Cuiabá não é terra de ninguém não. Cuiabá tem gestor, tem prefeito, tem um líder que teve o voto popular e que responde pela cidade”, argumentou o gestor cuiabano.
Segundo Pinheiro, ele não irá permitir que ocorra em Cuiabá o que está acontecendo em Várzea Grande, onde os empresários foram surpreendidos com o avanço das obras do BRT para as avenidas Couto Magalhães e na Filinto Muller, principais corredores comerciais da cidade.
“Várzea Grande ficou assustada quando se descobriu o traçado do BRT, que vai entrar na Couto Magalhães e na Filinto Muller. Os comerciantes não sabiam, a população não sabia. Então tem que primeiro resolver esse problemão que ninguém sabia, não sei onde que fizeram esse projeto, escondido em algum lugar que ninguém sabia. […] Resolva Várzea Grande, faça esse projeto com o executivo, se for de interesse de Cuiabá, os técnicos da prefeitura vão avaliar e vão aprovar ou não. Mas eu sou o VLT porque quero o melhor para minha gente”, justificou o prefeito.
Fonte: copopular.com.br