Novo coração pode chegar em até três meses, mas depende de uma série de fatores de compatibilidade; apresentador segue internado no Hospital Albert Einstein fazendo uso de medicamentos para ajudar a bombear o sangue
O apresentador Fausto Silva, de 73 anos, pode esperar entre dois a três meses por um coração. Esta é uma média estimada pelo HCor, hospital em São Paulo referência no tratamento de doenças do coração, para casos mais graves de insuficiência cardíaca. Quando o risco é menor, o tempo de espera pode chegar a 18 meses.
Segundo o cirurgião cardiovascular Edmo Atique Gabriel, no caso do transplante de coração, existem duas filas de espera: uma fila regular, de pacientes estáveis, que não estão dependentes de medicamentos e que não precisam ficar internados de forma contínua no hospital; e uma fila de prioridade.
Nesta, os pacientes apresentam piora progressiva da função cardíaca, atingindo fração de ejeção abaixo de 30%, dependência de medicamentos para suporte da pressão arterial, dependência de dispositivos mecânicos para auxiliar a função cardíaca e sinais de falência de outros órgãos, como uma insuficiência renal que necessita de hemodiálise.
O último boletim médico do apresentador é de domingo. Nele, a equipe do Hospital Israelita Albert Einstein, detalha um quadro de prioridade para o procedimento. Faustão está sob cuidados intensivos, fazendo uso de medicamentos para auxílio na força de bombeamento do coração.
Ele também está sendo submetido a diálise, processo artificial para remover os resíduos e excesso de líquidos do corpo, necessário quando os rins não estão funcionando adequadamente.
“Nesta fila de prioridade, a chance do transplante acontecer mais rapidamente é realmente concreta, visto que os corações oferecidos em doação serão primeiramente direcionados para pacientes em estado mais grave. De qualquer forma, mesmo em prioridade, existe a necessidade de um mínimo de compatibilidade entre doador e receptor, quanto aos aspectos de biotipo físico e algumas provas imunológicas”, explicou Gabriel.
No Brasil, todos os transplantes de órgãos respeitam o Sistema Nacional de Transplantes, sejam eles custeados pelo SUS, por planos de saúde ou pagos pelo paciente.
Porém, cada estado ou região organiza a sua própria lista e todas são monitoradas pelo sistema e outros órgãos de controle federais. A fiscalização é feita para que nenhuma pessoa conste em duas listas diferentes e que nenhuma norma legal seja desrespeitada.
A fila funciona por ordem cronológica de inscrição, mas é balizada por outros fatores, como gravidade e compatibilidade sanguínea e genética entre doador e receptor.
De acordo com o hospital, Fausto Silva já foi incluído na fila única de transplantes do estado de São Paulo, que é regulada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Até que chegue a vez do apresentador, no entanto, é possível que ele tenha que permanecer no hospital, realizando exames frequentes e sendo acompanhados quanto aos parâmetros vitais. O cardiologista explica, ainda, que mesmo após a realização da cirurgia, todo um cuidado será necessário para evitar uma rejeição ao novo órgão.
As estatísticas brasileiras e mundiais indicam uma taxa de sucesso no transplante cardíaco na ordem de 50-70% dos casos, com possibilidade de sobrevida pós-transplante de 10 a 20 anos.
O apresentador está internado desde o dia 5 de agosto para tratamento de uma insuficiência cardíaca, que já vem sendo acompanhada desde 2020.
Fonte: cnnbrasil.com.br