Processo foi extinto porque, segundo a Justiça, medida socioeducativa “já surtiu efeito”
A empresária Patrícia Guimarães Ramos detonou, em declaração enviada ao RepórterMT nesta terça-feira (25), a decisão da Justiça de Mato Grosso de extinguir o processo por crime análogo a homicídio culposo contra a adolescente B.O.C., autora do disparo que tirou a vida de sua filha, Isabele Ramos, 14 anos, em julho de 2020, em Cuiabá.
A empresária afirmou que recebeu com “pesar e tristeza profunda” a notícia do fim do processo. No entendimento da Justiça, a medida socioeducativa que a menor cumpriu “já surtiu efeito”. B.O.C. ficou 17 meses detida no Complexo Menina Moça, em Cuiabá, quando a pena máxima seria de 3 anos.
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“A cada decisão, com um resultado como este, tenho a mesma sensação horrível do dia que vi o corpo da minha filha estirada no chão sobre uma poça de sangue”, lamentou Patrícia.
“Talvez este pessoal não saiba, mas, eles estão matando a minha filha novamente”, acrescentou.
Para ela, é inexplicável a justiça ter “ignorado” as provas técnicas obtidas por meio de perícia e mudado a tipificação do crime de doloso para culposo.
“Como pode a ‘Justiça’ simplesmente ignorar todas as provas técnicas obtidas através de inquestionáveis perícias realizadas por profissionais gabaritados e mudarem a tipificação do crime cometido, comprovadamente a sangue frio contra a vida da minha filhinha, que não teve a mínima chance de se defender?”
Patrícia reafirma, mais uma vez, que não vai se calar e seguirá na luta para que a “a verdade dos fatos daquele terrível dia 12 de julho de 2020 seja restabelecida”.
Processo extinto
Em janeiro de 2021, a menor foi condenada a três anos de internação por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.
A adolescente foi internada no Complexo Menina Moça, anexo ao Pomeri, onde ficou por até junho do ano passado, quando o Tribunal de Justiça de Mato Grosso determinou sua soltura, após mudar a tipificação do crime para culposo – quando não ha intenção de matar.
Segundo a Justiça, com a mudança da tipificação, ela já concluiu a medida socioeducativo que pesava contra ela.
Leia a nota de Patrícia na íntegra
É com muito pesar e uma tristeza profunda que recebi a notícia que a Justiça encerrou o processo contra a assassina da minha filha.
A cada decisão, com um resultado como este, tenho a mesma sensação horrível do dia que vi o corpo da minha filha estirado no chão sobre uma poça de sangue.
Talvez este pessoal não saiba, mas, eles estão matando a minha filha novamente.
Como pode a “Justiça”, simplesmente ignorar todas as provas técnicas obtidas através de inquestionáveis perícias realizadas por profissionais gabaritados e mudarem a tipificação do crime cometido, comprovadamente a sangue frio contra a vida da minha filhinha, que não teve a mínima chance de se defender?
Lembrem-se que, o que aconteceu comigo, pode acontecer com qualquer família!
Saibam que jamais me calarei e continuarei a minha luta para que a verdade dos fatos daquele terrível dia 12 de julho de 2020 seja restabelecida.
Não terei mais a minha Bele de volta e por isto, a minha alma chora e clama por justiça.
Fonte: reportermt.com