Bairro Dom Aquino concentrou maior parte dos casos de violência contra mulher em Cuiabá, em 2022, com 48 ocorrências. Em seguida está o Pedra 90 (47), Jardim Imperial (31), Centro Sul (27), Centro Norte (25), Grande Terceiro (23), Tijucal (23), Goiabeiras (21), Morada da Serra (20), Boa Esperança (19). Dados são da 6° anuário da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) em parceria com Observatório de Violência da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) divulgados esta semana.
Documento divulgado pela Polícia Civil ainda apontou que em setembro foram contabilizados 330 casos, sendo o campeão de crimes. Maioria das vítimas (30,1%) era separada dos agressores e as violências ocorriam, principalmente, no período noturno entre 19h e 22h, que representa 18,3% das queixas.
Principais bairros apontados pelo relatório registram de casos bárbaros de feminicídio. Emily Bispo da Cruz foi assassinada com golpes de faca, no dia 16 de março, no bairro Pedra 90, pelo ex-namorado, Antônio Aluízio da Conceição Marciano, que não aceitava término do relacionamento. No momento do crime, ela levava o filho para escola, nas primeiras horas da manhã. Criança assistiu todo o ataque. Caso ganhou repercussão em todo estado.
Delegada titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Jozirlethe Magalhães Criveletto, destaca que toda mulher vítima de violência doméstica deve ser atendida mediante protocolo específico unidades especializadas.
“A partir do momento que entra na delegacia tem direito de registrar boletim de ocorrência, de ser ouvida, onde ela vai explicar detalhadamente como ocorreu os fatos e fornecer detalhes sobre a convivência com autor”, explicou Criveletto.
Além disso, vítimas têm direito ao acompanhamento da patrulha Maria da Penha, medida protetiva contra acusado, encaminhamento para serviço hospitalar e casa de amparo.
Pollyana Tavares, psicóloga especialista em relacionamento, destaca que motivo de homens agredir mulheres é a “cultura da violência”. Situação ocorre quando figuras masculinas são educadas desde criança a base de violência, sem poder demostrar sentimentos e emoções. Reclusão causa manifestação por meio de violência contra mulher, seja, física, verbal, moral, patrimonial.
“Comunicação não violenta” é o principal meio para mudança da cultura da violência instaurada na sociedade.
Fonte: gazetadigital