A Mancha Verde declarou guerra à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Nesta segunda-feira (3), a principal torcida organizada do Palmeiras se manifestou depois da polêmica entre clube alviverde e entidade, externada publicamente após críticas do auxiliar técnico João Martins.
“Agora é guerra, CBF. A CBF já não faz questão de disfarçar. Como se não bastassem os sucessivos ‘erros’ de arbitragem, a entidade que comanda (?) o futebol brasileiro assumiu hoje, com todas as letras, o caráter persecutório contra o Palmeiras e, em especial, contra a sua comissão técnica”, publicou a torcida em suas redes sociais.
Depois da partida entre Athletico-PR e Palmeiras, na Ligga Arena, válida pela 13ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, João Martins, que comandou o Verdão no lugar do suspenso Abel Ferreira, detonou a arbitragem nacional e apontou que “é ruim para o sistema o Palmeiras ganhar (o Brasileirão) dois anos seguidos”. Além disso, Martins declarou que “na Europa, não veem jogos do Brasileiro porque parece mais teatro do que futebol”.
A fala gerou uma resposta contundente da CBF. Na manhã desta segunda-feira (3), a entidade nacional acusou o auxiliar de xenofobia, criticou pesadamente as declarações e reiterou que irá ao STJD “para que ele (João Martins) revele qual seria o esquema ou o sistema no futebol brasileiro que não permite que o melhor vença”. O Palmeiras logo contra-atacou. Em extensa nota, o Verdão defendeu o auxiliar, pediu isonomia, apontou agressividade da CBF e questionou a entidade em oito pontos diferentes, voltando a citar erros de arbitragem contra a equipe.
“Ao partir para o ataque contra o auxiliar técnico João Martins, a CBF se coloca em uma trincheira oposta a um de seus afiliados (justamente o mais vencedor de todos), explicita a perseguição contra a comissão técnica formada por portugueses, e tenta jogar uma cortina de fumaça sobre as atrocidades cometidas em ao menos quatro jogos do Brasileirão”, complementou a Mancha.
Confira a nota da Mancha Verde na íntegra:
“AGORA É GUERRA, CBF!
A CBF já não faz questão de disfarçar. Como se não bastassem os sucessivos ‘erros’ de arbitragem, a entidade que comanda (?) o futebol brasileiro assumiu hoje, com todas as letras, o caráter persecutório contra o Palmeiras e, em especial, contra a sua comissão técnica.
Ao partir para o ataque contra o auxiliar técnico João Martins, a CBF se coloca em uma trincheira oposta a um de seus afiliados (justamente o mais vencedor de todos), explicita a perseguição contra a comissão técnica formada por portugueses, e tenta jogar uma cortina de fumaça sobre as atrocidades cometidas em ao menos quatro jogos do Brasileirão:
– o árbitro do “sem querer, querendo” contra o Bragantino;
– o golaço de bicicleta de Rony confiscado no Mineirão;
– a bola que entrou na Fonte Nova, menos para o VAR;
– a agressão que não levou à expulsão de um jogador do CAP.
A análise dos lances aponta para dois elementos recorrentes: 1) a estreita colaboração entre árbitros e operadores do VAR; e 2) a validação, por vezes debochada, do capanga que ocupa a posição de chefe da comissão de arbitragem da CBF. Só o que não se vê é qualquer esforço da entidade para aprimorar o nível dos juízes e adotar tecnologias que possam garantir a isonomia das competições.
A Mancha Alvi Verde declara-se totalmente alinhada à comissão técnica e aos jogadores, e entende que cabe à diretoria seguir adiante na defesa dos interesses do clube, sem esmorecer e sem preocupação com vaidades ou interesses particulares. A nota oficial lançada há pouco é importante, mas é preciso ir além, não poupando esforços para blindar elenco e comissão técnica na fase decisiva da temporada.
Parece-nos que a combinação arbitragem + VAR e a declaração de guerra da CBF ecoam a fala estarrecedora de um dirigente da entidade lá em 2021, em resposta a uma reclamação sobre o calendário: “Quem mandou [o Palmeiras] querer ganhar tudo?”
Pois esta é a vocação da Sociedade Esportiva Palmeiras: lutar para ganhar tudo. Lamentamos que isso não seja bem visto por quem dirige (?) o futebol brasileiro, mas seguiremos firmes nesse propósito. Inclusive, se preciso for, contra CBF, árbitros e VAR.”
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Fonte: www.gazetaesportiva.com