MT: CAPACITAÇÃO: TCE-MT reúne profissionais e gestores da Saúde de todo estado

A fim de ampliar a cobertura vacinal e impedir o ressurgimento de doenças, o Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) iniciou, nesta quinta (29), qualificação voltada a profissionais da saúde de todo o estado.

A ação faz parte do programa “Estratégias para o fortalecimento da imunização dos 141 municípios mato-grossenses”, recém-lançado pelo conselheiro Guilherme Antonio Maluf.

“Corremos o risco de ressuscitar doenças que, até então, estavam extintas no nosso país, como o sarampo e a poliomielite. É só dando as mãos que poderemos voltar aos números registrados no passado, quando o Brasil tinha a maior política de vacinação do mundo”, afirmou o conselheiro, que preside a Comissão Permanente de Saúde e Assistência Social (CPSA) da Corte de Contas.

Na abertura do encontro, ele também falou sobre a importância do combate à desinformação, que nos últimos anos descredibilizou os imunizantes para milhões de pessoas. “Por tudo isso e estimulados pelo nosso presidente, José Carlos Novelli, construímos esse evento e contamos com o apoio de todas essas instituições.”

Um dos pontos reforçados nos discursos foi a cobertura vacinal no estado, que se encontra abaixo da meta de 95% recomendada pelo Ministério da Saúde. “Mais que triste, é inexplicável e vergonhoso que uma cultura sanitária desenvolvida ao longo de anos tenha sido destruída. Precisamos mudar a estratégia”, disse o secretário de estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.

Os números apresentados pela interventora estadual Danielle Carmona, que está à frente da Saúde de Cuiabá, dão uma dimensão do desafio que o setor tem pela frente. “Nossa equipe tem feito um trabalho para aumentar a cobertura vacinal, implantamos salas de vacina e estamos realizando vários mutirões, mas ainda assim estamos muito abaixo do ideal. Hoje, em Cuiabá, a cobertura é de apenas 38%.”

Para o promotor de Justiça Milton Mattos da Silveira Neto, da 7ª Promotoria de Justiça Cível de Tutela Coletiva da Saúde de Cuiabá, esta frente de atuação do TCE-MT, com foco na aproximação com os jurisdicionados e com outras instituições, é fundamental.

“Nossa missão não é produzir burocracia, mas sim promover mudanças que efetivamente levem a uma melhoria na qualidade de vida para o cidadão que está na ponta.”

O presidente da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Lúdio Cabral, falou sobre estratégias para restabelecer os índices brasileiros de vacinação.

“Na pandemia, mais de 20 milhões de pessoas deixaram de acreditar nas vacinas para as crianças. O que se pode fazer para enfrentar essa realidade começa com o que está acontecendo aqui hoje: mobilização.”

Também compuseram o dispositivo de honra na abertura do evento, o procurador-geral adjunto do Ministério Público de Contas (MPC), Willian de Almeida Brito, o deputado estadual Paulo Araújo, o superintendente do Ministério da Saúde em Mato Grosso, Altir Antônio Peruzzo, e a secretária de Saúde de Santa Rita do Trivelato, Tahis Cristina Pelisao, que representou o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (Cosems).

Palestra

Tendo como público-alvo gestores da saúde pública e profissionais responsáveis pela vacinação nos municípios, a programação inclui temas como biossegurança, eventos adversos e o Programa Nacional de Imunização e se estende até a sexta-feira (30). Nesta manhã, a professora-doutora em Enfermagem, Isabel Cristina Mendes Araújo, ministrou a palestra “Cobertura vacinal e seus desafios”.

Atuação do TCE-MT

Desde o ano passado o Tribunal vem atuando para solucionar o problema. Para tanto, a Comissão já emitiu Nota Recomendatória à Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) e secretarias municipais e realizou visita técnica à Rede de Frio do Estado para entender o fluxograma, armazenamento e distribuição de imunizantes.

O trabalho também tem como objetivo o alcance dos números previstos no Plano Nacional de Imunizações (PNI). Além disso, de acordo com Guilherme Antonio Maluf, as metas estabelecidas no exercício de 2023 serão incluídas na análise das contas anuais dos municípios, podendo ensejar em sanções.