Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) responsável por determinar o início das obras do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT), Sérgio Ricardo, afirmou que não desistiu de ver o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá. Para ele, “Cuiabá não tem como viver sem o VLT no futuro”, no entanto, crê que o itinerário deverá ser diferente, já que a cidade mudou. Também afirmou que aprovou as obras do BRT para que a população não fique sem um dos modais.
Sérgio Ricardo foi entrevistado pelo programa Tribuna, da Rádio Vila Real, na manhã desta quarta-feira (14). Ele lembrou que, ainda quando era deputado estadual, apoiou a implantação do VLT em Cuiabá, inclusive indo a viagens à Europa para conhecer o modal, juntamente com o então governador Silval Barbosa e outros apoiadores. Ele não se arrepende da postura que tomou.
“O povo merece o melhor transporte coletivo e é lógico que o melhor transporte é o VLT, só que é o seguinte, em momentos cruciais para a implantação do VLT, ocorreu tudo aquilo que a sociedade conhece, houve o desvio de conduta daqueles que tinham o poder de mexer com o dinheiro […] uma coisa é estar junto, outra coisa é compactuar. Ali está um grupo de corruptos, um governador corrupto que desviou dinheiro, mais aquele bando todo que foi para a cadeia”, disse.
Ele não vê a possibilidade, na atual conjuntura política, do VLT ser implantado na capital e para que a população não seja desassistida decidiu autorizar as obras. No entanto, ainda crê que o Veículo Leve sobre Trilhos será construído na capital.
“Continuo sempre defendendo o ideal, só que agora já passou o tempo, poderá vir um outro governador, um outro momento e aí poderá implementar o VLT. O VLT não está, na minha opinião, enterrado para todo o sempre, […] se fossemos instalar o VLT hoje, não é mais este traçado, hoje nós temos um rodoanel, um contorno leste, a população não está mais aqui, se passar o VLT do aeroporto até a avenida do CPA, que população vai atender? […] nós vamos ter o VLT sim, Cuiabá não tem como viver sem o VLT no futuro”.
Também garantiu que, caso o modal seja implantado no futuro, a situação será diferente, já que todos puderam aprender com a primeira tentativa. Isso só será possível, ele avalia, com outros gestores.
“Eu ainda defendo, não tenho dúvida que vou estar vivo para ver Cuiabá com o VLT, em outro traçado. Hoje é uma outra necessidade que nós temos no transporte, continuo defendendo sim o VLT, mas agora não dá mais, não se consegue implementar isso sem harmonia entre os poderes [Prefeitura e Governo]. A minha orientação de acabar com isso e implantar o BRT foi para que a população tenha algum tipo de transporte […] o transporte imediato é o BRT, mas sem jamais desistir do VLT”.
Fonte: gazetadigital.com.br