Dia da Paixão Palmeirense: fim do jejum de títulos do Verdão completa 30 anos nesta segunda-feira

Dia da Paixão Palmeirense: fim do jejum de títulos do Verdão completa 30 anos nesta segunda-feira
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Neste exato dia, há 30 anos, o torcedor palmeirense pôde, enfim, tirar o grito de campeão do peito. A conquista do Campeonato Paulista de 1993 encerrou jejum alviverde de 16 anos sem levantar um troféu sequer e recolocou o clube palestrino no caminho dos títulos.

O 12 de junho, para muitos, é lembrado pela comemoração do ‘Dia dos Namorados’. Para aqueles que acompanham de perto e sofrem pelo Verdão, é o ‘Dia da Paixão Palmeirense‘.

A conquista é simbólica por muitos motivos. Findou o incômodo jejum, sim, mas foi conquistada com goleada para cima do maior rival, o Corinthians. Detalhe: depois de perder a primeira partida da decisão. Foi, também, o primeiro troféu da famosa e conhecida ‘Era Parmalat’.

Relembre as finais do Campeonato Paulista de 1993:

A superioridade técnica do Palmeiras era incontestável diante do Corinthians, apesar da presença de atletas como Neto, Paulo Sérgio e Ronaldo no time alvinegro. A melhor campanha palestrina na fase classificatória, no entanto, não evitou que o time então comandado por Vanderlei Luxemburgo, que substituiu Otacílio Gonçalves semanas antes da final, entrasse nervoso para disputar o primeiro jogo da decisão.

“Viola entorna leite dos verdes”, estampou o jornal A Gazeta Esportiva em sua edição do dia 7 de junho de 1993. “Encarar o Corinthians numa decisão exige, mais do que talento, dedicação. O Palmeiras milionário de Edmundo e Edílson foi descobrir tal verdade quando Viola já havia entornado o leite, com um gol de percepção e oportunismo”, noticiou o jornal em alusão à Parmalat.

Diante de 93.736 mil pagantes no Morumbi, Viola aproveitou cruzamento vindo da direita e completou para o gol de Sérgio. Irreverente, o centroavante imitou um porco para comemorar. “Chora, porco imundo! Quem tem Viola não precisa de Edmundo!”, gritavam os corintianos nas arquibancadas. O centroavante, por sua vez, ofereceu o feito à mãe Joana, que comemorava 50 anos, e contou o cardápio da festa.

“O melhor é que ela está preparando uma feijoada. Feijoada de mãe não tem horário. Tem de comer e pronto”, disse Viola, sarcástico. “O Palmeiras é uma grande equipe, que tem uma torcida fantástica e merece todo o nosso respeito. O importante dessa vitória é que cada jogador do Corinthians jogou com o coração na ponta da chuteira para reverter a vantagem”, completou.

Em recuperação de lesão, Evair começou a primeira partida da final entre os reservas e entrou no lugar de Maurílio apenas na etapa complementar. Ainda em início de carreira, Luxemburgo já costumava levar seus times para treinar em Atibaia. No interior, o elenco recebeu ofertas de prêmios em dinheiro por parte de torcedores e se preparou psicologicamente para tentar a virada no segundo jogo.

“Se o propósito do Viola foi brincar com o torcedor, tudo bem. Mas se, no fundo, ele tentou ofender a torcida do Palmeiras, não se comportou como profissional. Se nós, jogadores, começarmos com essa história de porco, gambá e sei lá mais o que, vai virar uma bagunça. Aliás, como é mesmo que faz um gambá?”, disse Zinho, irônico, em declarações reproduzidas pela edição do dia 8 de junho do jornal A Gazeta Esportiva.

Ciente de que contaria com Evair como titular no segundo jogo da final, Luxemburgo procurou animar o elenco e usou a comemoração de Viola como combustível para inflamar os jogadores. No hotel, antes de partir para o Morumbi, o técnico exibiu um vídeo com os melhores momentos do Palmeiras no torneio. E mostrou imagens da imitação do centroavante adversário.

Com a vantagem de jogar pelo empate, o Corinthians se preparou para o jogo decisivo em Embu. Na véspera da decisão, o zagueiro Marcelo Djian recebeu a visita de companheiros e dirigentes no Cemitério da Quarta Parada durante o velório de seu pai. Com uma tarja preta no braço, ele entrou em campo para enfrentar o Palmeiras no dia 12 de junho de 1993.

Sedento pelo jejum de títulos, o Palmeiras foi impiedoso. Usando meias brancas por ordem do supersticioso Vanderlei Luxemburgo, o time alviverde venceu por 3 a 0 no tempo normal, mas o regulamento da época indicava a necessidade de disputar a prorrogação para ratificar o título. Com um gol de pênalti, fundamento que havia treinado em Atibaia, Evair garantiu a conquista. Os corintianos, revoltados, condenaram a arbitragem de José Aparecido.

“Fizemos o que precisava ser feito. Aquela derrota no primeiro jogo estava atravessada, a ponto de explodir. Ganhamos de quatro para não deixar dúvidas e calar a boca deles”, comemorou Evair. Atrapalhado por lesões, ele jogou apenas 25 das 38 partidas do campeonato, mas marcou 18 gols, dois a menos que Viola. “Boi, boi, boi! Boi do Maranhão! Viola é artilheiro, Evair é campeão!”, cantavam os ‘porcos’.

 

 

 

 

Fonte: www.gazetaesportiva.com


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