Não são apenas as novas variantes do coronavírus causador da Covid-19 que estão gerando preocupação no atual cenário da pandemia, que já vai completar dois anos de duração. Agora, surgiu a notícia de que, no fim do ano passado, de forma discreta e sem alarde, a Johnson & Johnson fechou a única fábrica da Janssen (braço farmacêutico da companhia) responsável pela produção de sua vacina.
De acordo com o jornal The New York Times, que ouviu uma fonte anônima de dentro da J&J, a paralisação é temporária, e a expectativa é de que a fábrica, que fica em Leiden, na Holanda, volte a produzir o imunizante novamente dentro de alguns meses. Ainda segundo a publicação, não se sabe se a pausa já teve algum impacto na distribuição das vacinas, graças aos estoques.
O NYT também informou que a instalação está produzindo uma vacina experimental, mas potencialmente mais lucrativa, para proteger contra um outro vírus. Isso significa que a principal razão do encerramento, ainda que momentâneo, da produção das vacinas contra a Covid-19 tem fundo econômico.
No mês passado, a empresa revelou uma estimativa de até US$3,5 bilhões de dólares em vendas de sua vacina contra a Covid-19 em 2022, o que representa um salto de 46% em relação a 2021.
No entanto, em comparação aos concorrentes, a fabricante teve um mau desempenho de vendas no ano passado, ficando mais de US$2,5 bilhões abaixo de sua própria meta. Segundo a fonte anônima do NYT, isso se deve a tropeços na fabricação, preocupações com segurança e demanda desigual por uma vacina que já foi apontada como uma ferramenta promissora para inocular populações em áreas de difícil alcance
OMS foi pega de surpresa com a decisão da Johnson & Johnson de pausar a produção da vacina contra a Covid-19
Outras instalações da Johnson & Johnson foram contratadas para fabricar o imunizante, mas ainda não estão funcionando ou não tiveram aprovação regulatória para a produção.
Tudo indica que a suspensão da produção das vacinas foi tão inesperada que pegou de surpresa o consórcio Covax Facility, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi) e da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI), que trabalha na aquisição e distribuição de vacinas contra a Covid-19 para os países mais pobres.
Jake Sargent, porta-voz da Johnson & Johnson, declarou que a empresa está “focada em garantir que a vacina esteja disponível onde as pessoas precisam”. Sargent também garantiu que a rede global de produção da empresa “está trabalhando dia e noite” para ajudar no combate à pandemia.
Fonte: olhardigital.com