A modalidade de ensino a distância (EaD) na faculdade em Odontologia tem sido objeto de discussão e debate entre profissionais e especialistas. O Conselho Federal de Odontologia (CFO) reuniu diversas entidades em manifestação contrária a oferta de cursos de Odontologia na modalidade à distância e, em sinalização desse desacordo, assinaram uma Nota Pública, entre eles está o Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso.
A presidente do CRO-MT esteve em Brasília em busca de apoio dos parlamentes, no movimento contra ensino da odontologia no formato EaD (Ensino à Distância). Recentemente ela esteve com o deputado federal Abilio Brunini (PL), com a deputada federal Amália Barros (PL), o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (MDB), o deputado federal Fábio Garcia (União).
Para a presidente do conselho de Odontologia de Mato Grosso Dra. Wania Dantas, a proposta de ensino remoto vai contra as principais exigências da formação.
“A Odontologia é profissão prática, que requer aprendizado minucioso em habilidades manuais e técnicas muito específicas. O contato direto com pacientes, sob supervisão de professores experientes, é essencial para desenvolver tais pontos. Através da interação pessoal, os alunos aprendem a realizar procedimentos odontológicos, adquirem sensibilidade tátil e aprimoram sua capacidade de comunicação com os pacientes. Essa experiência prática é difícil de ser replicada em um ambiente online”, explica a presidente do Conselho.
A posição foi tomada em função da recente criação do “Grupo de Trabalho, de caráter técnico, no âmbito do Ministério da Educação – MEC, a fim de realizar estudos com vistas a subsidiar a elaboração da política educacional no que diz respeito a oferta dos cursos de graduação em Direito, Enfermagem, Odontologia e Psicologia, na modalidade Educação a Distância – EaD”, por meio da Portaria MEC N° 668, de 14 de setembro de 2022, alterada posteriormente em 8 de março de 2023, pela Portaria MEC N° 398.
O Conselho Federal de Odontologia (CFO) esclareceu ainda que, o EaD pode comprometer a qualidade da formação dos profissionais da saúde, especialmente na Odontologia, gerando risco de prejuízos à qualidade dos serviços prestados à população, assim como a abertura desenfreada de novos cursos de Odontologia, que em qualquer das modalidades, resulta em desvalorização da profissão e principalmente se traduz novamente em risco à saúde bucal dos pacientes.
Fonte: cromt.org.br