Falta de manutenção da saúde bucal se mostrou fator de risco para gravidade da Covid, especialmente em pessoas com doenças cardíacas
Um estudo descobriu que a má saúde bucal aumenta o risco de desenvolvimento da Covid-19 na forma grave, especialmente em pessoas com algum problema cardíaco. A descoberta foi feita por um grupo de cientistas da Universidade do Cairo, no Egito, em parceria com membros da Academia Americana de Cardiologia.
A descoberta levou em conta que a cavidade oral é um reservatório potencial para patógenos respiratórios e estudos anteriores que já relacionaram a má higiene bucal com o aumento da inflamação pela Covid-19 e doenças cardiovasculares. De acordo com os pesquisadores, a gravidade da Covid-19 também foi associada a uma resposta inflamatória.
“Os tecidos orais podem atuar como reservatórios para o SARS-CoV-2, desenvolvendo uma alta carga viral na cavidade oral”, disse Ahmed Mustafa Basuoni, consultor de cardiologia da Universidade do Cairo e principal autor do estudo.
Diante da constatação, a equipe de pesquisadores recomenda a manutenção e a melhoria das medidas de higiene na saúde bucal, especialmente durante a infecção por Covid-19.
“Medidas simples, como a prática de higiene oral adequada, aumentar a conscientização sobre a importância da saúde bucal em relação à infecção por Covid-19 ou doenças sistêmicas usando a mídia e a medicina comunitária, visitas regulares ao dentista, especialmente em pacientes com doença cardíaca, e uso de enxaguatórios bucais [antimicrobianos] [poderiam ajudar na] prevenção ou redução da gravidade da Covid-19″, afirmou Basuoni.
Por meio de um questionário, os pesquisadores da Universidade do Cairo avaliaram a gravidade da Covid-19 e determinaram uma classificação para determinar o efeito da saúde bucal dos pacientes. Os dados sobre os exames de RT-PCR da Covid-19 também foram coletados.
Segundo os pesquisadores, a má saúde bucal foi correlacionada a valores elevados de PCR e recuperação tardia, especialmente em pacientes com doenças cardíacas.
“A saúde bucal deve fazer parte da anamnese e exame de rotina em pacientes cardíacos”, disse Basuoni.
“Medidas de boa higiene oral, com visitas regulares ao dentista, devem ser instruídas a todos os pacientes cardíacos. Precisamos dar mais espaço na pesquisa para esses fatores de risco, que podem ser facilmente modificados”, descreveu no estudo.
Fonte: cnnbrasil.com.br