Nos bastidores políticos, os embates e articulações para as eleições de 2026 já estão ocorrendo em ritmo acelerado e o PT, partido com a militância mais organizada e forte.
Os bastidores da política em Mato Grosso já vivem clima de definição para o pleito eleitoral de 2026, quando Mauro Mendes (União Brasil), encerrará seu mandato e terá que deixar o Palácio Paiaguás. Três pesos-pesados estão se movimentando de forma frenética para criar as condições necessárias para viabilizarem suas candidaturas ao Executivo Estadual, são eles: o atual vice-governador, Otaviano Pivetta (Republicanos), o senador Wellington Fagundes (PL) e o ministro da agricultura e senador licenciado Carlos Fávaro (PSD).
O senador Wellington Fagundes é, de longe, o que mais tem se movimentado para agregar aliados ao seu acalentado e antigo sonho de candidatura majoritária. Em entrevista exclusiva ao COP na semana retrasada, Fagundes admitiu que não há qualquer possibilidade dele desistir do objetivo de,um dia, ser governador do estado. Para que isso se torne possível, no entanto, o senador reconhece que vai precisar ganhar o aval de Mauro Mendes e seu grupo político.
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Fagundes aposta que sua grande experiência como parlamentar em Brasília, sua rede de apoios entre os prefeitos e vereadores de todas as regiões estado e a sua grande lista de serviços prestados como principal carreador de recursos para obras estruturantes rodoviárias são credenciais imbatíveis os eventuais adversários na base governista. Já o vice-governador, Otaviano Pivetta, por sua vez, conta os resultados efetivos e muito elogiados obtidos nas missões que Mauro Mendes lhe tem confiado para ter seu nome em posição de destaque para ser sancionado pela base governista como candidato à suceder Mauro Mendes nas eleições de 2026.
Político experiente, com um legado de administrador público eficiente e moderno como ex prefeito de Lucas do Rio Verde, excelente articulador e bom comunicador, Pivetta vem atuando como o principal elo de ligação entre o Palácio Paiaguás, as prefeituras e as câmaras municipais, e o homem do planejamento e programas estratégicos da atual gestão. Paralelamente, o vice governador dispõe de uma bem azeitada máquina de propaganda pessoal que o mantém em permanente evidência nas redes sociais e na imprensa tradicional mesmo não sendo titular da cadeira de Governador do Estado. Pivetta acredita que este segundo mandato como vice-governador vai ser a mola propulsora natural de sua candidatura ao Governo Estadual. “Acho cedo, prematuro falar de 2026 agora.
Nesse momento, o meu foco é ajudar o Mauro a cumprir o mandato e os compromissos que fizemos. Mas, eu tenho determinação e muita confiança de que estarei preparado daqui três anos e meio para sucedê-lo. Eu estou na fila”, afirmou o vice-governador em recente entrevista à imprensa. Para Otaviano Pivetta, o grupo governista irá apoiar aquele que tiver as melhores condições para levar adiante o projeto de estado que vem sendo construído pela atual administração.
“Eu acredito no bom senso, eu acredito que Mato Grosso está num bom caminho e que as forças deverão convergir em direção à manutenção desse projeto que está dando certo. Se nós tivermos êxito nesse segundo mandato como tivemos no primeiro, para que as coisas continuem bem, o caminho natural é o grupo manter-se coeso. Eu penso que esses são os princípios que embasam um grupo político, um time como nós montamos, que tem demonstrado ser conveniente para sociedade não vai se dispensar”, ponder ou o vice-governador.
Detentor de mais quatro anos de mandato como senador e atual ministro da agricultura, Carlos Fávaro é o nome que menos se fala publicamente para a disputa ao Governo do Estado, mas, é a figura política que reúne, no horizonte do médio prazo em que se insere o pleito de 2026, as maiores chances de surpreender adversários e vencer o pleito eleitoral caso se disponha a abrir mão da candidatura natural à reeleição para o Senado da República. Com um perfil ideológico de centro e trânsito fácil nos aspectos políticos que vão da esquerda a centro direita, Fávaro já demonstrou que tem inteligência, capacidade de articulação e visão profunda que o torna um nome capaz de contrapor ao atual domínio hegemônico de Mauro Mendes e seu grupo na política estadual.
O ministro tem ainda na manga a carta de um apoio franco do presidente Lula caso o PT local não consiga viabilizar um nome competitivo no âmbito da Federação de Esquerda para a disputa de 2026.
Esquerda (ainda) sem rumo
Em que pese o PT ter ganho as eleições nacionais e ter a maior base militante organizada de Mato Grosso entre todos os partidos, é a legenda “de ponta” que não tem ainda um projeto eleitoral minimamente delineado para as duas próximas eleições em nível regional, as municipais de 2024 e a estadual. Com apenas quatro nomes com alguma condição de disputar uma eleição majoritário de peso em Cuiabá e no estado, o PT mato-grosssense ainda “bate cabeça” para encontrar um rumo como força política e eleitoral consistente.
De concreto, sabe-se apenas que as alas lideradas pelo deputado estadual Lúdio Cabral e pela vereadora cuiabana Edna Sampaio – esta uma força ainda emergente no partido, mas que já enfrenta um pesado cerco político externo e interno visando inviabilizar seu crescimento eleitoral a qualquer custo manifestam abertamente o interesse de que o partido construa candidaturas majoritárias próprias nos dois próximos pleitos. Ao lado de Lúdio e Edna, o PT tem ainda os nomes do deputado estadual Valdir Barranco e da ex-deputada federal Rosa Neide Sandes de Almeida, atual Diretoria Administrativa, Financeira e de Fiscalização da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que podem vir a pleitear a sucessão de Mendes no governo estadual. Para alémdaparalisia interna,oPartidodosTrabalhadores em Mato Grosso ainda está preso à Federaçao Partidária de Esquerda, que engloba o PV e o PcdoB, outras duas legendas sem nomes de expressão que possam contruir para a formação de uma chapa competitiva para a disputa da prefeiturada capital e para o pleito estadual.
Uma saída para a esquerda se viabilizar para as eleições de 2026 é uma eventual mudança de partido do prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio para o PT ainda este ano ou uma radical “desbolsonarização” do seu partido, o PSB no estado. O prefeito rondonopolitano é um entusiasmado apoiador do presidente Lula e foi um dos mais fiéis defensores dos governos petistas durante os anos de baixa do partido e de perseguições às suas principais lideranças. Zé Carlos do Pátio tem projeção estadual e reúne condições de atrair apoios de partidos de esquerda e centro-esquerda que não integram a Federação como Solidariedade, o Rede Sustentabilidade, o PDT, o Cidadania, o Pros e mesmo o Psol, que vem flexibilizando sua posição anti-alianças a partir do apoio que o deputado federal Fernando Boulos tem recebido do PT em São Paulo.
Com uma carreira brilhante e recheada de realizações transformadoras nos seus mandatos de prefeito de Rondonópolis, Pátio tem cacife eleitoral para se tornar, dentro do PT, em um candidato ao governo do estado com plenas condições peitar de igual para igual qualquer adversário do campo ideológico da direita.
Fonte: copopular.com.br