Thiago Brennand chega ao Brasil e é levado para a Polícia Federal

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Empresário foi extraditado dos Emirados Árabes e tem cinco pedidos de prisão preventiva decretados

Chegada do Thiago Brennand no aeroporto de Guarulhos

O empresário Thiago Brennand, 43, chegou ao aeroporto de Guarulhos por volta das 17h50 deste sábado (29). Ele será encaminhado para a sede da Polícia Federal, localizada na Água Branca, zona oeste de São Paulo.

O empresário estava de boné e máscara, com uma blusa nas mãos –de forma que não foi possível ver as algemas. Ele viajou escoltado por agentes da PF, incluindo um policial treinado em jiu-jítsu.

O desembarque de Brennand em solo brasileiro conclui o processo de extradição do empresário, que é réu em oito processos criminais e teve cinco prisões preventivas decretadas por agressões e crimes sexuais como estupro. Ele sempre negou as denúncias.

A Folha apurou que, após sair do IML (Instituto Médico Legal), o empresário vai dormir na sede da PF. Neste domingo (30), ele passará por uma audiência de custódia e, depois, será encaminhado para o CDP (Centro de Detenção Provisória) 1 de Pinheiros –onde há uma parte destinada a suspeitos de crimes sexuais.

O empresário estava nos Emirados Árabes desde setembro do ano passado. Ele embarcou para o exterior poucas horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por agredir a modelo Alliny Helena Gomes, 37, em uma academia e por corrupção de menor, uma vez que incentivou o filho adolescente a xingá-la.

Após não se apresentar na data estipulada pela Justiça de São Paulo para entregar o passaporte, Brennand passou a constar na lista de procurados da Interpol. Ele foi detido em Abu Dhabi em outubro do ano passado, mas pagou fiança para responder o processo em liberdade.

Em novembro, o governo brasileiro deu início ao processo de extradição do empresário. Desde que o caso de Aliny Helena veio à tona, ao menos 15 mulheres denunciaram Thiago Brennand por crimes como estupro, cárcere privado e sequestro.

Entre as novas denúncias estava o da miss e estudante de medicina Stefanie Cohen, que alega ter sido estuprada e filmada sem consentimento por Brennand em outubro de 2021. Uma das cinco prisões preventivas decretadas contra o empresário está relacionada à denúncia dela.

Antes das denúncias, o empresário já possuía um histórico agressivo. De família rica e com patrimônio estimado em R$ 200 milhões, os pais pediram sua exclusão do testamento por ameaças. Ele também já havia sido denunciado pelo filho por agressões constantes e teria enviado um caixão para a casa do primo Jason Vieira, que tinha câncer e morreu no fim de março deste ano.

Durante o período que passou fora do país, Brennand chegou a publicar vídeos para se manifestar a respeito das denúncias —eles já foram deletados. Em um deles, xingou promotores e advogados envolvidos no caso e negou os crimes de que vem sendo acusado.

Em abril, o advogado de Brennand, Eduardo Leite, protocolou uma petição solicitando a retirada de seu cliente da lista de procurados da Interpol e a revogação dos pedidos de prisão preventiva. As solicitações foram negadas.

Poucos dias após a petição, Brennand publicou outro vídeo em que voltava a alegar que seria preso injustamente. Nele, admitia ter “desculpas a pedir” e citava a ex-promotora Gabriela Mansur —fundadora do coletivo Justiceiras, que recebeu denúncias contra o empresário— e o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubbo.

“Tô com meus pais com câncer, o da minha mãe se agravou, meus pais já têm idade, o meu filho tá sozinho e depende de mim. Vou enfrentar o que tiver que enfrentar”, afirmou ele.

Em 15 de abril, o governo dos Emirados Árabes aceitou o pedido do Brasil para que a extradição de Brennand fosse realizada. Dois dias depois, o empresário foi preso no país árabe. Desde então, o governo brasileiro aguardava a comunicação oficial emirática para dar continuidade ao processo de extradição.

As autoridades brasileiras receberam a comunicação oficial nesta quarta-feira (26) e, na madrugada de quinta (27), encaminharam os agentes da PF para cumprirem a extradição.

A expectativa era de que ele viesse algemado caso apresentasse alguma atitude violenta. A equipe da PF era composta por quatro funcionários, sendo um deles um lutador de jiu-jítsu.

Fonte:  diariodecuiaba.com.br


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