O ministro da Agricultura, Caros Fávaro tem sido uma voz dissonante contra as invasões de terras e em órgãos públicos promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) desde 16 de abril. Enquanto condena as invasões, em outros ministérios, o governo Lula busca negociar com os invasores.
_“A segurança jurídica do campo é essencial para essa retomada de crescimento do agro e, consequentemente, da economia brasileira. Retornei ao Brasil nesta quinta-feira depois de extensa agenda no exterior pra ampliar as oportunidades do agronegócio brasileiro mundo a fora com um saldo muito positivo. Aqui, estou em contato com os ministros Rui Costa, Flávio Dino e Paulo Teixeira”, escreveu nesta quinta-feira (20) no Twitter, após cancelar agenda em Londres, onde iria palestrar, porque o ministro da Economia, Fernando Haddad decidiu negociar com o MST.
Como parte da ofensiva no campo, o movimento voltou a invadir fazendas produtivas da Suzano (SP), ocupou sedes do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) e invadiu área de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Pernambuco. Até o momento, as propriedades seguem ocupadas, mesmo após o governo Lula ceder cargos no Incra e renovar apelo em defesa das reintegrações de posse.
Fávaro tem sido duro nas críticas a sucessão de invasões em propriedades privadas no país. O MST tem utilizado do expediente em nome de obrigar o Estado brasileiro a fazer reforma agrária.
“Inaceitável! Sempre defendi que o trabalhador vocacionado tenha direito à terra. Mas à terra que lhe é de direito! A Embrapa, prestes a completar 50 anos, é um dos maiores patrimônios do nosso país. O agro produz com sustentabilidade se apoia nas pesquisas e todo o trabalho de desenvolvimento promovido pela Embrapa. Atentar contra isso está muito longe de ser ocupação, luta ou manifestação. Atentar contra a ciência, contra a produção sustentável é crime e crime próprio de negacionistas”.
Em Mato Grosso, o governador Mauro Mendes já mandou recado dizendo que não vai aceitar invasões de terras. Na segunda-feira (17), 14 pessoas foram presas ao invadir uma fazenda em Querência.
Ele cobra do Congresso Nacional penas mais duras para o crime de invasão de propriedade classifica a pena de três meses de prisão para invasores como um absurdo.
“Qual a diferença de cidadãos que invadem o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto, e aqueles que invadem o lar das pessoas, a propriedade das pessoas? É algo sagrado também, assim como o Congresso, e que deve ser respeitado. É um absurdo você invadir a propriedade de alguém. O Congresso precisa endurecer a pena para a gravidade que a invasão representa e não manter uma pena de esbulho, com três meses. Bota uma pena grande que eu quero ver invadir”, relatou.
Fonte: odocumento.com.br