MT: CAMPEÃO MACABRO: Mato Grosso lidera ranking de aumento de mortes violentas no Brasil

MT:  CAMPEÃO MACABRO:   Mato Grosso lidera ranking de aumento de mortes violentas no Brasil
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A presença do crime organizado em facções nas cidades médias e de pequeno porte, aliado ao recrudecimento da pobreza e da miséria podem ser os principais fatores que devolveu à Mato Grosso a liderança no ranking do aumento de mortes violentas nos estados brasileiros. Em 2022 foi registrado no território mato-grossense um aumento acachapante de 24,1% nos casos de mortes violentas (homicídios, feminicidios, execuções sumárias, chacinas, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte) quando comparado com 2021. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública (SESP-MT) e se tornaram públicos esta semana.

Comparativamente com outros estados do país, Mato Grosso desbancou o Acre, com aumento de 19,3%, Tocantins, com 13,5% e Rondonia com 13,3% de aumento nos casos de mortes violentas. O crescimento da violência no estado é mais que o dobro do registrado em São Paulo (7,1%), e está muito distante de estados com grande concentração populacional e histórico de alta criminalidade como de Minas Gerais (6,3%) e Rio Grande do Sul (3,7%), por exemplo.

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Estes dados nacionais são resultado de compilação de informações repassadas pelas Secretarias de Segurança Pública das unidades federativas do país considerando como crimes violentos aqueles que envolvem homicídios dolosos, incluindo feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios.

Mês a mês, os dados mostam como os crimes violentos se espalham em ondas. Em Mato Grosso, o mês com o maior número de casos no ano passado foi março, quando 96 pessoas perderam a vida de forma violenta, a maioria por arma de fogo. O mês de novembro foi o segundo mais violento, com o regisro de 81 assassinatos em todo o estado.

Feminicídios em alta

Os crimes violentos contra mulheres também cresceram exponencialmente em Mato Grosso ao longo de 2022. A SESP-MT registrou nada menos que 101 assassinatos de mulheres. Deste total, quase a metade foi enquadrado como feminicídio, crime cometido por ódio e ou desprezo à condição de gênero feminino das vítimas, modalidade que está em rápido crescimento. No ano passado, foram registrados 47 feminicídios em Mato Grosso.

Os assassinos de mulheres ampliam as consequências para as crianças de uma forma dramática. É que as 101 mulheres mortas deixaram 92 crianças orfãs. O pior é que 44% destas vítimas tiveram suas vidas ceifadas violentamente pelos companheiros ou ex-companheiros, namorados ou ex- namorados.

Do total dos crimes, 52% ocorreram nas residências das vítimas; outros 22% foram em vias públicas. O principal meio empregado foi a arma de fogo, em 45%, e em 31% dos homicídios foram usadas armas brancas, como faca, canivete e facão.

Cidades mais violentas

Dados preliminares apurados pela reportagem do CO Popular junto à SESP-MT apontam que cidades de médio porte no interior do estado desbancaram em 2022 a região metropolitana da capital – que inclui, além de Cuiabá, Acorizal, Chapada dos Guimarães, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antônio de Leverger e Várzea Grande – como áreas de violência extrema e alto índice de assassinatos.

Cidades como Sorriso,Sinop, Lucas do Rio Verde, Tangará da Serra, Barra do Bugres, Rondonópolis e Primavera do Leste tem registrado aumentos preocupantes no índice de mortes violentas, especialmente por armas de fogo. Esse salto da volência no interior do estado, de modo geral – e bem simplista – tem sido atribuido pelas autoridades à atuação de facções criminosas como o PCC, Comando Vermelho e Tropa do Castelar, uma dissidência do CV em Sorriso, que estariam travando uma “guerra” pelo domínio do tráficos nestes municípios.

Mortes por ações policiais

Na mesma velocidade em que cresce os crimes de morte tabém avança a letalidade da policia em suas operações de combate aos criminosos em Mato Grosso. As ações violentas da polícia, no entanto, não entram nas estatísticas. Os dados não são oficialmente divulgados.

Um apanhado feito pela reportagem do CO Popular com base nas notícias publicadas no ano passado mostra um dado preocupante. O número de ações policiais que resultaram em morte de suspeitos de crimes faz das forças de segurança mato-grossense uma das mais letais do pais, estando próxima das polícias do Rio de Janeiro e São Paulo, consideradas as mais motíferas do Brasil. Segundo o Anuário da Violência no Brasil divulgado no meio do ano passado, Mato Grosso ocupa a 9ª posição no ranking das polícias mais letais do país, com um índice de 2,9 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.

O mais recente caso de ação violenta da polícia ainda não totalmente esclarecido foi a operação que resultou na morte de cinco homens em Barra do Bugres. Na noite de 28 de fevereiro último, policiais cercaram uma casa no bairro Maracanã, naquela cidade, situada a 190 km de Cuiabá. Na casa, conforme narrou os policiais no Boletim de Ocorrência, estariam reunidos supostos faccionados que planejavam uma “guerra” contra rivais no crime.

Os policiais afirmam ter sido recebidos a tiros. Ao final da operação, restaram cinco homens mortos, a maioria espalhados por cômodos da casa. Nenhum policial foi ferido na “intensa troca de tiros” que teria ocorrido no local.

No dia 05 de fevereiro, uma abordagem mal sucedida realizada por PMs à um grupo de jovens na cidade de Vera, cidade localizada a 480 km de Cuiabá, resultou na morte de um jovem de 26 anos desarmado. Na ação, filmada por populares, os policiais tentaram prender Diego Kaliniski. O jovem se recusou a entrar na viatura e os policiais tentaram força-lo. Um dos policiais agrediu com cacetete o jovem e o jogou no chão. O rapaz se levatou e pegou o cacetete que o policial havia deixado cair e o enfrentou. O policial sacou a arma e deu vários tiros em Diego, que tambem foi baleado pelo segundo policial quando já estava caido.

A repercussão do caso levou o deputado estadual Wilson Santos a apresentar na Assembleia Legislativa um projeto de lei que visa instituir a obrigatoriedade do uso de câmeras nas fardas dos policiais em Mato Grosso. O projeto, conforme o parlamentar, visa não apenas inibir a truculência policial nas abordagens aos cidadãos eventualmente suspeitos, mas, pricipalmente, assegurar a idoneidade e legitimidade das ações dos agentes de segurança pública no exercício do seu dever de proteger a sociedade.

Fonte:

A presença do crime organizado em facções nas cidades médias e de pequeno porte, aliado ao recrudecimento da pobreza e da miséria podem ser os principais fatores que devolveu à Mato Grosso a liderança no ranking do aumento de mortes violentas nos estados brasileiros. Em 2022 foi registrado no território mato-grossense um aumento acachapante de 24,1% nos casos de mortes violentas (homicídios, feminicidios, execuções sumárias, chacinas, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte) quando comparado com 2021. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública (SESP-MT) e se tornaram públicos esta semana.

Comparativamente com outros estados do país, Mato Grosso desbancou o Acre, com aumento de 19,3%, Tocantins, com 13,5% e Rondonia com 13,3% de aumento nos casos de mortes violentas. O crescimento da violência no estado é mais que o dobro do registrado em São Paulo (7,1%), e está muito distante de estados com grande concentração populacional e histórico de alta criminalidade como de Minas Gerais (6,3%) e Rio Grande do Sul (3,7%), por exemplo.

Quer ficar bem informado em tempo real? Entre no nosso grupo e receba todas as noticias (ACESSE AQUI).

Estes dados nacionais são resultado de compilação de informações repassadas pelas Secretarias de Segurança Pública das unidades federativas do país considerando como crimes violentos aqueles que envolvem homicídios dolosos, incluindo feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios.

Mês a mês, os dados mostam como os crimes violentos se espalham em ondas. Em Mato Grosso, o mês com o maior número de casos no ano passado foi março, quando 96 pessoas perderam a vida de forma violenta, a maioria por arma de fogo. O mês de novembro foi o segundo mais violento, com o regisro de 81 assassinatos em todo o estado.

Feminicídios em alta

Os crimes violentos contra mulheres também cresceram exponencialmente em Mato Grosso ao longo de 2022. A SESP-MT registrou nada menos que 101 assassinatos de mulheres. Deste total, quase a metade foi enquadrado como feminicídio, crime cometido por ódio e ou desprezo à condição de gênero feminino das vítimas, modalidade que está em rápido crescimento. No ano passado, foram registrados 47 feminicídios em Mato Grosso.

Os assassinos de mulheres ampliam as consequências para as crianças de uma forma dramática. É que as 101 mulheres mortas deixaram 92 crianças orfãs. O pior é que 44% destas vítimas tiveram suas vidas ceifadas violentamente pelos companheiros ou ex-companheiros, namorados ou ex- namorados.

Do total dos crimes, 52% ocorreram nas residências das vítimas; outros 22% foram em vias públicas. O principal meio empregado foi a arma de fogo, em 45%, e em 31% dos homicídios foram usadas armas brancas, como faca, canivete e facão.

Cidades mais violentas

Dados preliminares apurados pela reportagem do CO Popular junto à SESP-MT apontam que cidades de médio porte no interior do estado desbancaram em 2022 a região metropolitana da capital – que inclui, além de Cuiabá, Acorizal, Chapada dos Guimarães, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antônio de Leverger e Várzea Grande – como áreas de violência extrema e alto índice de assassinatos.

Cidades como Sorriso,Sinop, Lucas do Rio Verde, Tangará da Serra, Barra do Bugres, Rondonópolis e Primavera do Leste tem registrado aumentos preocupantes no índice de mortes violentas, especialmente por armas de fogo. Esse salto da volência no interior do estado, de modo geral – e bem simplista – tem sido atribuido pelas autoridades à atuação de facções criminosas como o PCC, Comando Vermelho e Tropa do Castelar, uma dissidência do CV em Sorriso, que estariam travando uma “guerra” pelo domínio do tráficos nestes municípios.

Mortes por ações policiais

Na mesma velocidade em que cresce os crimes de morte tabém avança a letalidade da policia em suas operações de combate aos criminosos em Mato Grosso. As ações violentas da polícia, no entanto, não entram nas estatísticas. Os dados não são oficialmente divulgados.

Um apanhado feito pela reportagem do CO Popular com base nas notícias publicadas no ano passado mostra um dado preocupante. O número de ações policiais que resultaram em morte de suspeitos de crimes faz das forças de segurança mato-grossense uma das mais letais do pais, estando próxima das polícias do Rio de Janeiro e São Paulo, consideradas as mais motíferas do Brasil. Segundo o Anuário da Violência no Brasil divulgado no meio do ano passado, Mato Grosso ocupa a 9ª posição no ranking das polícias mais letais do país, com um índice de 2,9 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.

O mais recente caso de ação violenta da polícia ainda não totalmente esclarecido foi a operação que resultou na morte de cinco homens em Barra do Bugres. Na noite de 28 de fevereiro último, policiais cercaram uma casa no bairro Maracanã, naquela cidade, situada a 190 km de Cuiabá. Na casa, conforme narrou os policiais no Boletim de Ocorrência, estariam reunidos supostos faccionados que planejavam uma “guerra” contra rivais no crime.

Os policiais afirmam ter sido recebidos a tiros. Ao final da operação, restaram cinco homens mortos, a maioria espalhados por cômodos da casa. Nenhum policial foi ferido na “intensa troca de tiros” que teria ocorrido no local.

No dia 05 de fevereiro, uma abordagem mal sucedida realizada por PMs à um grupo de jovens na cidade de Vera, cidade localizada a 480 km de Cuiabá, resultou na morte de um jovem de 26 anos desarmado. Na ação, filmada por populares, os policiais tentaram prender Diego Kaliniski. O jovem se recusou a entrar na viatura e os policiais tentaram força-lo. Um dos policiais agrediu com cacetete o jovem e o jogou no chão. O rapaz se levatou e pegou o cacetete que o policial havia deixado cair e o enfrentou. O policial sacou a arma e deu vários tiros em Diego, que tambem foi baleado pelo segundo policial quando já estava caido.

A repercussão do caso levou o deputado estadual Wilson Santos a apresentar na Assembleia Legislativa um projeto de lei que visa instituir a obrigatoriedade do uso de câmeras nas fardas dos policiais em Mato Grosso. O projeto, conforme o parlamentar, visa não apenas inibir a truculência policial nas abordagens aos cidadãos eventualmente suspeitos, mas, pricipalmente, assegurar a idoneidade e legitimidade das ações dos agentes de segurança pública no exercício do seu dever de proteger a sociedade.

Fonte: copopular.com.br


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