Pedido de investigação foi protocolado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia em dezembro de 2020, alegando conflito de interesses na atuação do ex-juiz na iniciativa privada
O Ministério Público Federal do Paraná decidiu pelo arquivamento de uma apuração preliminar sobre o trabalho do ex-juiz e pré-candidato à Presidência pelo Podemos Sergio Moro na empresa de consultoria Alvarez & Marsal. Os procuradores não viram indícios suficientes para abrir uma investigação contra o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro.
A ação foi protocolada como notícia de fato pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) em dezembro de 2020, logo após Moro ter sido contratado pela iniciativa privada. O instrumento utilizado serve para apresentar evidências de irregularidades à Procuradoria e pedir por uma investigação.
A ABJD alegou que a atuação do ex-juiz à frente da consultoria estaria comprometida, visto que na época em que era magistrado, Moro atuou em processos que envolviam empresas investigadas pela Operação Lava Jato para as quais a Alvarez & Marsal presta serviços de recuperação judicial
“Estando agora ao lado das empresas pode, a pretexto de sua contratação como especialista na área jurídica, ofertar caminhos de solução a partir de conhecimento privilegiado. Sua atuação encontra-se absolutamente comprometida”, disse o pedido de investigação.
No entanto, a Procuradoria da República do Paraná, estado berço da Lava Jato, decidiu pelo arquivamento da apuração preliminar argumentando que Moro já havia se desvinculado do serviço público e que “não há nenhum impedimento para o exercício de atividade privada”.
O procurador Daniel Holzmann Coimbra, chefe do MPF no Paraná, analisou o pedido e considerou que não há indícios de crime ou eventual conflito de interesses que justifiquem a abertura de investigação, arquivando o pedido da ABJD em abril de 2021.
Após pedir demissão do cargo de ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, em abril de 2020, Moro foi contratado pela Alvarez & Marsal, empresa de consultoria que também prestou serviços de recuperação judicial para a Odebrecht e outras empresas afetadas pela Lava Jato. O ex-juiz se desvinculou da companhia em 31 de outubro deste ano.
Desde então Moro vem sendo pressionado por adversários políticos e é alvo de uma investigação do Tribunal de Contas da União (TCU). O ex-juiz classificou o procedimento como “um abuso”. Nesta sexta-feira (28), o pré-candidato à Presidência afirmou que irá revelar todos os seus rendimentos durante o período em que atuou na iniciativa privada.
Fonte: cnnbrasil.com