Ministro disse ontem que realidade do setor se aproxima do trabalho escravo
Depois da reunião (18) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desta vez dirigentes de centrais sindicais foram recebidos pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. A conversa no gabinete, na manhã de quinta-feira (19), foi para tratar especificamente de uma possível regulação para o trabalho em aplicativos. Tema que enfrenta resistência empresarial e decisões judiciais conflitantes.
Marinho disse ainda ontem que é preciso encontrar alguma forma de proteção para esses trabalhadores, submetidos, como afirmou, a jornadas diárias extensas e sem garantias trabalhistas ou previdenciárias. “Isso, no meu conceito de trabalho, beira o trabalho escravo”, afirmou.
Antagonismo patronal
“Vamos tentar construir algo que possa conciliar o antagonismo entre o setor patronal e os trabalhadores”, disse o presidente da UGT, Ricardo Patah. Segundo ele, a central tem entre seus filiados “quase todos” os sindicatos ligados à Uber e os principais que reúnem motoboys. Hoje, não há consenso entre as centrais, e o primeiro desafio é buscar o entendimento interno.
Greve suspensa
Também ontem, representantes da Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil se reuniram com o novo secretário de Economia Solidária do MTE, Gilberto Carvalho. Além disso, uma greve que estava sendo articulada foi suspensa após o início das negociações.
No final de 2021, pesquisa feita em parceria entre a CUT e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostrou a complexidade do tema e o desafio de se estabelecer direitos mínimos para a atividade profissional. Na Justiça do Trabalho, há decisões em todas as instâncias que reconhecem e não reconhecem o vínculo empregatício.
Fonte: redebrasilatual.com.br