O ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres deve ser ouvido pela Polícia Federal nesta quarta-feira (18).
Suspeito de omissão diante dos ataques ocorridos em Brasília, no dia 8 de janeiro, Torres teve sua prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 10 de janeiro e foi preso no sábado (14), quando retornou ao Brasil após férias na Flórida, nos Estados Unidos, durante as quais se ausentou dos atos golpistas em Brasília.
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Depoimento deve ocorrer em Batalhão da PM
O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro está detido no 4º Batalhão da Polícia Militar (4º BPM) no Guará. A expectativa é que o delegado que comanda a investigação, Alexandre Camões Bessa, tome o depoimento de Torres no próprio batalhão.
Torres está preso em uma Sala de Estado Maior do 4º BPM, onde dorme em um beliche, com acesso a uma antessala com sofá, uma mesa com quatro cadeiras, além de um banheiro e um frigobar. E foi autorizada a instalação de uma TV e um micro-ondas no local.
Acareação com Ibaneis
Existe a possibilidade de ocorrer uma acareação entre Torres e o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que prestou depoimento a Polícia Federal no dia 13 de janeiro. Essa decisão vai depender das declarações que serão dadas pelo ex-secretário a Polícia Federal. Em caso de contradição nos dois testemunhos, a acareação pode ser marcada.
Visita de 5 horas de advogado
Nesta terça-feira (17), Torres recebeu uma visita de cinco horas de Rodrigo Henrique Roca Pires, advogado que comanda sua equipe de defesa, o que aumenta a expectativa que seu depoimento ocorra nesta quarta-feira.
Atendimento de psiquiatra
Além da visita de seu advogado, o ex-ministro foi atendido por um psiquiatra da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, solicitado pelo próprio Torres.
Depoimento pode ser adiado
Apesar de toda a expectativa de que o depoimento ocorra nesta quarta-feira, existe a possibilidade que ele ocorra em outro dia. Isso aumentaria o isolamento de Torres, assim como a pressão para que revele tudo o que sabe sobre os atos democráticos e também sobre a minuta de intervenção do Executivo na Justiça Eleitoral, encontrada em sua residência numa operação de busca e apreensão realizada pela Polícia federal na semana passada.