Mais de 70% dos alimentos que a população das cidades consomem no Brasil, vem da agricultura familiar, conforme o IBGE. Mas em Mato Grosso, de um lado campeão nacional na produção de grãos, do outro boa parte dos hortifrúti consumidos aqui vem de outros estados, apesar de ter mais de 105 mil famílias integrantes da agricultura familiar.
Quem diz isso é a própria secretária de Estado da Agricultura Familiar (Seaf), Teté Bezerra, que esteve em Canarana-MT no dia 12 de janeiro, participando do maior evento tecnológico do agronegócio do Vale do Araguaia, o Dinetec 2023.
No stand da Empaer, empresa vinculada à Seaf, que realiza pesquisa e presta assistência técnica rural para famílias da agricultura familiar, Teté acompanhou uma premiação entregue aos pequenos produtores do município, que se destacaram na produção e na industrialização de pequi, melancia, conservas e outros.
Conforme a secretária, a agricultura familiar precisa ter um olhar diferente por parte do Governo do Estado. “Muitas dessas famílias ainda estão na faixa da pobreza e precisam de amparo na produção, regularização ambiental, regularização fundiária, acesso a crédito e assistência técnica”, disse.
Para conseguir ofertar esse apoio, em entrevista ao OPioneiro, Teté anunciou que o Governo do Estado, com recursos dos Banco Mundial, irá implementar no segundo semestre desse ano o projeto MT Produtivo, que vai fomentar o desenvolvimento de cadeias produtivas e se baseará em três componentes: estimulo à produção, industrialização e comercialização; regularização ambiental e fundiária; e governança.
“Dentro do componente governança, entra o estímulo ao cooperativismo, um meio em que o produtor consegue comprar melhor os insumos e vender melhor sua produção. A gente tem visto que os estados que tem uma agricultura familiar forte, também tem cooperativas bem organizadas. É o que queremos fomentar em Mato Grosso”, relata.
O projeto MT Produtivo pretende fazer com o que o Mato Grosso, de importador, passe a ser um exportador de produtos da agricultura familiar. “Hoje, muito do que nós consumimos em Mato Grosso, vem de outros estados, como Bahia, Paraná, Goiás, Espírito Santo. Somos campeões nas commodities e temos tudo para sermos também exportadores de hortifrúti”, aposta a secretária.
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Em 2019, no primeiro ano do governo Mauro Mendes, o orçamento da Seaf foi de apenas oito milhões de reais. Em 2022, ultrapassou os R$ 178 milhões. Já o projeto MT Produtivo, estima o investimento de mais de 100 milhões de dólares na agricultura familiar nos próximos cinco anos.
“O governador Mauro Mendes fez um trabalho importante de organizar a questão fiscal do Mato Grosso. Mas ele tem dito para nós secretários que o tempo de organizar já passou. Agora é momento de mostrar eficiência e atender todos que precisam do Estado, como as mais de 100 mil famílias de agricultores familiares. E eu me sinto desafiada e motivada com isso”, finalizou Teté.
Fonte: agrnoticias.com.br