A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), por meio do Projeto de Educação Ambiental na Agricultura Familiar, em parceria com o Juizado Volante Especial (Juvam), realiza a recuperação de uma nascente de água localizada na comunidade Baía do Campo, do Assentamento Santa Filomena, na zona rural de Poconé (104 km de Cuiabá).
A recuperação da área degradada está em andamento na região. Nesta semana, entre os dias 19 e 23 de dezembro, foi feito o cercamento, com mourões de madeira e arame, de aproximadamente 220 metros quadrados da Área de Preservação Permanente (APP) onde se encontra a nascente. A madeira utilizada foi apreendida de infratores em operações ambientais.
A “mina”, como a nascente é popularmente conhecida, tem grande valor histórico e cultural para a região, já que os primeiros moradores utilizavam a água do local para realizarem os afazeres domésticos e para sobrevivência. Com o surgimento da criação de gado nos arredores, e sem o manejo adequado da área, a água da nascente se tornou imprópria para consumo.
Após vistoria técnica da Sema, foram identificados problemas ambientais como a falta de vegetação nativa na região da nascente, pisoteio e defecação do gado nas proximidades, o que colaborou com a contaminação e assoreamento dos recursos hídricos da região. A cerca impede a degradação e protege as novas mudas plantadas.
O analista de meio ambiente e coordenador da ação, Juracy da Silva, explica que após o cercamento é tangenciado um raio de 50 metros, a partir da nascente, para o replantio de árvores nativas do cerrado que auxiliam na contenção do assoreamento e também contribuem para o aumento do volume de água.
A ação é uma parceria entre Sema e o Juizado Volante Especial (Juvam), e conta com a participação da Prefeita Municipal de Poconé, que foi responsável pelo transporte da carga de madeiras. Cerca de 2,3 metros cúbicos demadeira foram doados pelo Juvam para a execução da obra.
Para o plantio da vegetação no entorno da nascente, foram doadas mudas de espécies nativas pela Diretoria de Unidade Desconcentrada (DUD) de Rondonópolis. O trabalho foi realizado com o auxílio dos moradores do assentamento.
Segundo Maria José Rodrigues de Paula, agente de educação ambiental e presidente da Associação de Mulheres Rurais do Assentamento Santa Filomena, além do benefício para a nascente, o plantio de mudas frutíferas estimulou a comunidade a pensar em soluções coletivas para gerar renda por meio da venda de doces, geleias, polpas e bombons que podem ser feitos a partir das frutas extraídas. Ela ainda pontua que jovens e crianças da Escola municipal Antônio Maria de Almeida aprenderam a fazer mudas para futuros plantios.
Um dos objetivos do programa é também incentivar os mais novos a permanecerem nos assentamentos em que vivem por meio da geração de emprego e renda dentro da própria comunidade.
A superintendente de Educação Ambiental da Sema, Vânia Montalvão, ficou satisfeita com o trabalho realizado por meio do projeto, com o envolvimento da comunidade e apoio dos parceiros que tornaram possível a realização da recuperação da nascente, além de gerar um grande incentivo para a prática da agricultura familiar sustentável.
O projeto de Educação Ambiental na Agricultura Familiar visa contribuir com o desenvolvimento rural sustentável, no âmbito da agricultura familiar, e busca fomentar processos educacionais participativos que promovam a capacitação e comunicação, além da mobilização social e práticas produtivas sustentáveis.
Amanda Cardoso Sema-MT