Após conversar com Lira, deputado José Guimarães, que deve ser o futuro líder do PT na Câmara, disse a jornalistas que “se não votar hoje, não tem PEC”
A tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição na Câmara dos Deputados se complicou nesta quinta-feira (15). O voto da presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, relatora, derrubando o orçamento secreto, já colocou um enorme ponto de interrogação às pretensões do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O julgamento prossegue no Supremo.
Até o final da tarde, a votação está 3 a 3. Os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Alexandre de Moraes votaram a favor das chamadas emendas de relator, pelo não reconhecimento das ações contra elas. Rosa Weber, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso foram contra.
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O voto de Weber foi cabal, contra as RP9: “Não se sabe quem são os parlamentares integrantes do grupo privilegiado, não se conhecem as quantias administradas individualmente, não existem critérios objetivos e claros para a realização das despesas, tampouco observam-se regras de transparência na sua execução”, escreveu Rosa Weber no voto.
Alexandre de Moraes votou a favor dessas emendas RP9 argumentando que elas devem ser transparentes, e que parlamentares autores ou beneficiados e a destinação devem ser conhecidos.
No aguardo do que o STF vai decidir, Lira diz que não há votos suficientes para aprovar a PEC. Segundo bastidores em Brasília, ele estaria oferecendo de 150 a 200 votos em troca de um ministério de peso. Lula também está na expectativa.
O problema de Lira é que, derrubado o orçamento secreto, ele fica sem oxigênio político e pode até perder a presidência da casa em fevereiro. Se mantido, o poderoso presidente da Câmara ganha fôlego.
À espera
Anteontem, o relator da PEC da Transição, deputado Elmar Nascimento (União-BA), afirmou que o texto poderia ser votado na semana que vem. Se o texto aprovado no Senado for modificado pelos deputados, precisará voltar à análise dos senadores e depois retornar para nova votação na Câmara.
Se esse cenário não interessava ao governo eleito de Lula, muito menos interessa o de hoje. Que ainda pode clarear, ou não.
Fonte: redebrasilatual.com.br