Preso pela Polícia Federal na segunda-feira (12) em Brasília, o indígena José Acácio Serere Xavante, conhecido como Cacique Tserere, seria financiado por fazendeiros de Mato Grosso. Em um vídeo que circula na internet um produtor rural de Campinápolis (658 km a Leste) confessa que pagou a viagem de Serere à capital federal e tem custeado a estadia dele, com ajuda de outros amigos.
A prisão do cacique Tserere causou uma onda de protestos violentos em Brasília. Ele foi detido após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por ter incitado manifestantes armados a agirem para impedir a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Natural de Poxoréu, o indígena é pastor evangélico, filiado ao Patriotas, e se candidatou nas eleições deste ano, mas não foi eleito. Após sua prisão e com as depredações feitas por bolsonaristas, ele gravou um vídeo na Polícia Federal pedindo o fim dos atos.
“Estou bem, graças a Deus, estou em paz e quero pedir […] que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial. Venham a viver em paz. Não pode continuar o que aconteceu. Infelizmente, essa destruição dos carros, ataque à sede da Polícia Federal, porque nós sabemos que somos, os senhores aí, povo santo, povo de bem, povo que não compactua com o derramamento de sangue, com briga e conflito. A nossa luta não é contra as pessoas humanas […] Que Deus abençoe a todos em nome de Jesus. É uma ordem”.
O fazendeiro identificado como Didi Pimenta, natural de Araçatuba (SP), tem uma propriedade rural em Campinápolis (658 km a Leste), onde está localizada a reserva indígena Parabubure. Ele confessou que financia o indígena em Brasília.
“Fui procurado pelo meu amigo cacique e pastor Serere, que queria ir para Brasília ajudar na manifestação, então há 10 dias que nós estamos conseguindo mandá-los para lá e ajudá-los. Já mandamos, aqui de Campinápolis, eu e um grupo de amigos, mais ou menos uns 8 ônibus de índios”, disse.
O proprietário de terra ainda pediu ajuda financeira para continuar a manter os indígenas na capital federal, com o objetivo de seguir com Bolsonaro na Presidência da República.
“Estamos com um pouquinho de dificuldades em ajudar a manter esses índios lá, então todo mundo está ajudando, passando Pix direto para a conta do Serere ou pode passar até para a minha e qualquer quantia vai ajudar muito, nós estamos recebendo de R$ 30, R$ 40 até R$ 500. Isso vai da consciência e da capacidade de cada um, o que vier será bem vindo […] estamos empenhados nessa luta junto com o Serere e com os Xavantes para manter a nossa democracia e nosso capitão no Governo”.
Fonte: gazetadigital