Passadas as eleições, o alívio veio porque transcorreram em clima pacífico. A perspectiva de escaramuças, foi criada, inacreditavelmente, pelo presidente da República. As barreiras dos caminhoneiros que impediram o cidadão de ir e vir, direito básico, é responsabilidade direta do presidente em exercício. Esse período do governo do JB prima pelo obscurantismo e confrontos.
O inimigo número 1 foi e é o STF. É tristemente sintomático de desarranjos institucionais o apoio que recebe de pessoas cujas profissões e formação intelectual, por princípio, não permitiria alinhamento a esse tipo de atitude. Advogados defendendo o confronto com o STF, alguns defendendo até mesmo o fechamento.
O STF, guardião da constituição, principal instrumento de trabalho para quem atua com direito nacional. Professores que trabalham em universidades federais e que tiveram toda a formação intelectual financiada pelo estado, apoiando o presidente que corta verbas da educação. Presidente que já declarou que os livros são um amontoado de coisas escritas, numa demonstração de que é portador de intelectualidade rasteira. Grupos de redes sociais com ideia fixa que só contempla apoio ao JB, não admitem nada que não seja a favor dele. Impressionante é que se dizem democráticos e a favor da liberdade.
Santo Deus! Há ainda os que inventam factoides e atemorizam parte da população. Dizem que se a esquerda ganhasse seria implantado o regime comunista no país. Lancei e lanço um repto cá: durante o período em que o país foi governado pela esquerda, quando, que hora, dia e mês o país foi comunista? O descompromisso com a verdade fez com que os adeptos do JB inundassem as redes com obras de engenharia fakes, desenhos contendo piadas infames, na fronteira da insanidade mental.
Algumas idiotices foram colocadas na arena política com ares de verdade. Ideologia de gênero, eu já perguntei onde foi possível, o que significa. Poucos dias atrás o jornalista Reinaldo Azevedo disse que era invenção mentirosa. Esse jornalista foi quem cunhou o termo petralha. Bate na direita, na esquerda, no centro. Indistintamente.
O ex ministro Ernesto Araújo afirmou que o país era, no seu período, um estado pária. O infeliz nem sequer sabia o que é pária. O presidente durante a epidemia que ceifou perto de 700.000 vidas comportou-se como um perfeito hedonista.
E isso foi a única coisa que fez com perfeição. A despreocupação com o povo. Passeou de moto, jet ski, fez imitações horripilantes de pessoas portadoras de covid, em estado terminal. Piadista insípido. Ria das próprias piadas, com seguidores confinados em um curralzinho fazendo coro. Chamou em um debate com o Lula a população do complexo do Alemão de traficantes. Racismo explícito.
Nunca se preocupou em ser, ao menos, sutil. Isso se confirma com jornalistas mulheres. Fica numa fúria, parece tomado por algum ser das trevas quando alguma lhe faz perguntas. Seres das trevas devem viver no mesmo habitat mental no qual a mente dele funciona.
Sonegador confesso, apoiador da milícia, nenhuma solidariedade com as famílias das vítimas da epidemia. Isso tudo está documentado em vídeos. Uma coisa se diga em favor do celerado do planalto: ele nunca disfarçou a própria limitação intelectual e de convívio. Só o seguem, quem se identificou com as bobagens que ele propaga e faz.
É inacreditável que haja pessoas que o endeusem. Agora mesmo, uma professora descredenciou dois alunos do curso de doutorado na universidade federal do Amapá por eles serem “esquerdistas”.
Estamos vivendo, no mínimo, uma esquizofrenia cívica. A discussão política, para os seguidores dele, se resume a clamar o Lula de ladrão, tão logo percebam que o interlocutor não é bolsonarista. Numa cidade do interior de São Paulo invadiram um ônibus para bater em adolescentes porque estes estavam fazendo L de Lula. Isso é tenebroso. A Damares é tétrica. Os historiadores que se debruçarem sobre este período vão ficar estarrecidos. Assim como os seguidores desse ser das trevas, tão logo acordem desse pesadelo.
Elesbão Moreno da Fonseca
Engenheiro civil e músico
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