Indicador social mostra a evolução da mortalidade, apontando impacto da pandemia na saúde da população
Em 2021, segundo ano da pandemia da Covid-19, Mato Grosso registrou 28.536 óbitos, quantidade que representa um aumento de 28,5% no número de mortes em relação ao ano anterior.
Em 2020, o Estado já havia contabilizado um aumento expressivo na mortalidade, com 23.397 óbitos, 27,5% a mais que em 2019, quando 18.341 pessoas perderam a vida.
Os dados estão na Síntese de Indicadores Sociais, divulgada dia 2 deste mês, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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A síntese traz uma análise sobre a estrutura econômica e mercado de trabalho, padrão de vida e distribuição de rendimentos e as condições de saúde da população brasileira.
O indicador sobre as condições de saúde mostra a evolução da mortalidade, permitindo apontar o impacto da pandemia na saúde da população.
Para se ter ideia, entre 2010 a 2019, período anterior à pandemia, o crescimento médio anual dos óbitos foi de 1,5% no território mato-grossense.
Segundo o levantamento, dos 28,5 mil óbitos, a maioria é do sexo masculino (17.331) e o restante (11.191) do gênero feminino.
Dentre as unidades da Federação que fazem parte do Centro-Oeste, Mato Grosso ocupou a segunda posição em número de mortes em 2021, só perdendo para Goiás, que contabilizou 60.348 óbitos.
No vizinho Mato Grosso do Sul, 24.852 pessoas faleceram, e no Distrito Federal, a mortalidade atingiu 18.790 indivíduos.
Causada pelo coronavírus, a Covid-19 está entre as principais causas das mortes verificadas no Estado.
Somente no ano passado, conforme o levantamento do IBGE, o vírus vitimou 9.200 mato-grossenses, causando uma mudança no padrão de mortalidade em nível estadual.
Isso porque, no intervalo de 2010 e 2019, as principais causas eram agravos do aparelho circulatório, neoplasia e causas externas.
Deste total, o maior número foi entre homens (5.380), sendo 3.063 considerados pardos ou negros e 2.158 brancos.
Entre as mulheres (3.817), 2.196 eram pretas ou pardas e 1.520 brancas. Em 2020, o coronavírus vitimou fatalmente 4.381 pessoas.
O documento revela ainda que, em 2020, ou seja, o primeiro ano da pandemia, 136 dos 141 municípios mato-grossenses adotaram medida de isolamento social como forma de conter a disseminação do vírus.
Já 101 cidades instalaram barreiras sanitárias e 117 regulamentaram sanções em caso de descumprimento às normas de isolamento social.
No mesmo ano, somente 48 administrações municipais realizaram seleção pública em caráter de urgência para profissionais de Saúde atuarem no combate à Covid-19.
Também 71 municípios garantiram a continuidade de atendimento aos pacientes crônicos decorrentes da Covid-19 e em 80 houve a instalação de tendas de triagem.
No geral, observou-se que o tamanho populacional influenciou indicadores de políticas relacionadas à doença.
Isso porque os maiores municípios regulamentaram mais sanções a desrespeito de normas de isolamento social, fizeram seleção pública para profissionais de saúde, garantiram continuidade de atendimento a doentes crônicos e ampliaram leitos de internação.
“Ao mesmo tempo, os maiores também declararam ter vivenciado ultrapassagem de capacidade de atendimento com leitos para internação e UTI, o que está relacionado, entre outros fatores, ao fato de que muitos pequenos municípios não tinham estrutura e transferiram doentes”, disse Leonardo Athias, analista do IBGE.
No país, entre 2020 e 2021, o Brasil teve 22,3 milhões de casos de Covid-19 e mais de 600 mil óbitos pela doença.
Foram 7,7 milhões de casos e aproximadamente 200 mil mortes em 2020 e 14,6 milhões de casos e 420 mil mortes, em 2021.
No Estado, desde o início da pandemia, já são 844.032 casos confirmados e 15.262 mortes em decorrência do coronavírus.
Fonte: diariodecuiaba.com.br
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