Djokovic também pode ser impedido de jogar Roland Garros

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Recém-aprovada regulamentação restritiva na França exige apresentação de comprovante de vacinação em lugares públicos, como arenas esportivas. Ministério do Esporte francês afirma que, por ora, não haverá exceções.

Após ser impedido de disputar o Aberto da Austrália e ser deportado do país sede do torneio, o tenista sérvio Novak Djokovic pode ficar de fora também do Aberto da França, o segundo Grand Slam do ano, disputado em Paris entre maio e junho.

O Ministério do Esporte da França comunicou nesta segunda-feira (17/01) que não haverá isenção no âmbito da mais recente regulamentação vacinal no país – todas as pessoas envolvidas na disputa de Roland Garros, incluindo os tenistas, precisarão estar vacinadas contra a covid-19.

A nova legislação vacinal da França, aprovada pelo Parlamento francês no domingo, exige que as pessoas tenham um certificado de vacinação para entrar em locais públicos, como restaurantes, cafés, cinemas e trens de longa distância.

“A regra é simples. Assim que a lei for promulgada, o passaporte de vacinação será imposto nos estabelecimentos que já estavam sujeitos ao comprovante sanitário”, disse o Ministério do Esporte. “Isso se aplica a todos, espectadores ou esportistas profissionais. E vale até segunda ordem.”

“Agora, no que diz respeito a Roland Garros, que é em maio… A situação pode mudar daqui para frente e esperamos que seja mais favorável”, prosseguiu o comunicado. “Então veremos, mas claramente não haverá isenção.”

Inicialmente, a ministra do Esporte da França, Roxana Maracineanu, havia comunicado que tenistas ainda não imunizados contra o coronavírus receberiam uma exceção para que pudessem disputar o torneio. No entanto, após a decisão parlamentar, Maracineanu voltou atrás e confirmou que os atletas também precisarão apresentar os certificados de vacinação.

A medida do governo francês impacta diretamente Djokovic. Caso não houver alterações nas normas na França, o tenista sérvio corre sérios riscos de ficar de fora do segundo Grand Slam do ano. O torneio está agendado para começar em 22 de maio. Djokovic conquistou o Aberto da França por duas vezes e é o atual detentor do título do torneio mais prestigiado no saibro.

Mesmo sem Djokovic, debate segue na Austrália

O tenista número 1 do ranking mundial deixou a Austrália no domingo, depois que sua contestação para anular o cancelamento de seu visto devido à falta de vacinação contra a covid-19 ter sido rejeitada. Enquanto Djokovic voava de Melbourne para Belgrado, as primeiras partidas da chave principal do Aberto da Austrália estavam em andamento.

Embora Djokovic tenha deixado o pais, o debate sobre o imbróglio envolvendo o sérvio segue aquecido na Austrália. O atual tricampeão (Djokovic detém nove títulos no Aberto da Austrália) teria sido a atração principal do torneio. Mesmo à revelia, ele ainda exerceu uma influência descomunal no dia da abertura da competição.

O tenista Miomir Kecmanovic, que teria sido o adversário de Djokovic na primeira rodada do Grand Slam australiano na madrugada desta segunda-feira, acabou por enfrentar – e derrotar – o italiano Salvatore Caruso e dedicou sua vitória ao seu compatriota sérvio. Kecmanovic disse que Djokovic foi tratado injustamente pelos políticos australianos.

O também sérvio Dusan Lajovic derrotou o húngaro Marton Fucsovics em cinco sets e, antes da partida em Melbourne Park, exibiu uma bandeira da Sérvia com a imagem estampada de Djokovic e a frase “gostem ou não, o melhor de todos os tempos”.

Lajovic disse que negar a Djokovic a oportunidade de defender seu título do Aberto da Austrália apenas fará com que Djokovic seja ainda mais determinado a se tornar o maior tenista da história.

“Acho que a forma como o trataram foi terrivelmente errada. Eu acho que a decisão em si foi terrivelmente errada, e também a razão pela qual eles fizeram isso também é terrivelmente errado para mim”, disse Lajovic.

Cerca de 50 pessoas se reuniram para uma manifestação pacífica do lado de fora do complexo Melbourne Park e protestaram contra a deportação de Djokovic. Um dos ativistas segurava um cartaz no qual estava escrito que o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, deveria se envergonhar da decisão. Outro segurava um cartaz que acusava o governo da Austrália de “incitar o escárnio internacional e ridicularizar a nação”.

“As regras valem para todos”

Djokovic chegou a receber uma isenção do organizador do Aberto da Austrália, com base numa infecção que teria ocorrido em meados de dezembro. Mas, ao chegar à Austrália, as autoridades fronteiriças não aceitaram a isenção e decidiram deportá-lo, o que desencadeou uma batalha jurídica de 11 dias e um drama político.

O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, manifestou-se e afirmou que a Austrália estaria passando vergonha mundial. Vucic ainda acusou as autoridades australianas de terem causado maus-tratos mentais e físicos ao tenista.

O tesoureiro federal da Austrália, Josh Frydenberg, reagiu aos comentários de Vucic e rejeitou as acusações do presidente sérvio. “Não peço desculpas pela aplicação das regras aqui na Austrália em torno de nossas políticas de proteção de fronteiras que ajudaram a nos manter seguros”, disse Frydenberg. “Não importa se você é o tenista número 1 ou Betty de Utah, se você não estiver vacinado, as mesmas regras se aplicam.”

Fonte:      dw.com


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