Segundo Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial, uma eventual nova âncora fiscal para substituir teto de gastos exigiria uma análise geral sobre as despesas
O ex-vice-presidente do Banco Mundial Otaviano Canuto afirmou à CNN, neste sábado (19), que o governo brasileiro tem condições de acomodar mais gastos sociais e utilizar uma nova âncora fiscal em substituição ao teto de gastos, mas precisaria realizar uma análise minuciosa nas outras despesas públicas para encontrar equilíbrio.
“Para acomodar os necessários e bem-vindos gastos sociais, e o vice-presidente Geraldo Alckmin reafirmou isso também, vai se ter que passar um pente fino nas outras despesas públicas. Teremos que fazer uma avaliação dos impactos das despesas públicas para ver se aquilo que é gasto tem o seu impacto social, ou impacto sobre o Produto Interno Bruto [PIB], que justifique esses gastos”, disse ele.
“Uma forma saudável seria encontrar um espaço necessário para os gastos com social, educação, saúde e infraestrutura revendo outros gastos. Isso será necessário para tornar compatíveis os parâmetros da futura nova âncora fiscal”, afirmou Canuto.
Ele disse que o formato do atual teto de gastos “se exauriu” e está um tanto “desmoralizado”, levando em conta algumas despesas extrateto aprovadas durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). “Nós vamos precisar mudar para outra regra, que seja crível, enquanto âncora fiscal, para evitar uma evolução explosiva da dívida pública.”
Fonte: cnnbrasil.com.br