À CNN, deputado Neri Geller afirmou que “boa parte” do setor tem buscado dialogar com o governo eleito
O deputado federal e integrante do grupo técnico para temas ligados ao agronegócio na transição de governo, Neri Geller (PP-MT), afirmou, em entrevista à CNN nesta quinta-feira (17), que um dos objetivos da equipe neste momento é pacificar a relação com o setor.
“Esse é o trabalho que nós estamos fazendo na transição para que a gente possa, primeiro, pacificar o setor que, ideologicamente, foi contra, na sua grande maioria, à eleição do presidente Lula. Mas tem dados que nos mostram, dos governos passados, do governo do PT, que, se o setor está onde está, deve-se muito a esses governos”, disse.
Geller afirmou ainda que as propostas do governo eleito serão pensadas a partir da “esfera técnica, sem o ranço ideológico”.
Sobre a relação com o setor, o deputado avalia que não deve demorar para se estabelecer o diálogo.
“Boa parte, ou a grande maioria do setor, representado pela OCB, por exemplo, entidades como a Abrapa, que são os produtores de algodão; a própria proteína animal, ABPA, ABIEC; os arrozeiros do Rio Grande do Sul, já estão começando se aproximar para sentar à mesa, exatamente para discutir os espaços, para discutir políticas públicas para ajudar o setor.”
Políticas de preservação e de produção de grãos são compatíveis, diz senador Carlos Fávaro
Anunciado por Geraldo Alckmin (PSB) como integrante da equipe de transição no grupo de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o senador Carlos Fávaro (PSD-MS) afirmou à CNN que considera compatíveis as políticas de preservação ambiental e produção de grãos.
“Mais do que importante, são compatíveis as duas políticas: a de preservação, a do controle e do respeito ao meio ambiente, com a produção de grãos. E é uma determinação do presidente Lula, e nós estamos trabalhando no grupo de trabalho do Ministério da Agricultura para que nós possamos ter políticas públicas voltadas ao tripé da sustentabilidade”, disse.
Sobre a PEC do Estouro, que propõe gastos acima do teto para viabilizar políticas do governo eleito, o senador afirmou que confia no papel do Legislativo.
“O Congresso não vai faltar a sua responsabilidade, até porque governo e oposição, os dois lados tinham compromisso com a continuidade desse programa [Auxílio Brasil]. A crise não acabou”, disse.
Apesar de ser um dos nomes cotados para assumir a Agricultura, Fávaro afirmou que “não adianta a gente fazer especulação antes da hora. Nós vamos contribuir, ajudar na transição, vamos fazer parte do governo, cumprindo a missão que foi estabelecida para o nosso grupo político”.
Fonte: cnnbrasil.com.br