Gabriel Ferreira, 20, acusa uma apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL) de injúria racial. O ataque ocorreu em rede social, após publicação feita pela vítima e que “desagradou” a seguidora Kamilly Lara. O fato ocorreu no dia 14 deste mês e o jovem registrou queixa policial.
Segundo relato de Gabriel, o crime ocorreu após ele publicar um story no Instagram contra as manifestações que ainda ocorrem no país, após a vitória de Lula (PT) nas eleições. Kamilly Lara, por sua vez, respondeu ao post e ambos iniciaram embate online. No decorrer da discussão, a estudante escreveu: “rindo de você, que além de ser pobre é preto”.
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Segundo a vítima, eles já estudaram juntos e mantinham relação de amizade durante ensino médio, no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), em Cuiabá. Ambos cursaram Técnico de Eventos. Porém, segundo Gabriel, após alguns anos Kamilly Lara começou apresentar comportamentos irreconhecíveis pela vítima e por todo circulo de amizade, o que os afastou.
Por ligação, que foi gravada pela vítima e disponibilizada ao Gazeta Digital, Kamilly Lara tentou se explicar e reconheceu a atitude racista, após todo o ocorrido. Ela é estudante de enfermagem e desativou o perfil após a repercusão do ataque.
“Na minha cabeça, a gente tinha uma relação de amizade. Olhando você agora, como um colega e não mais como amigo, realmente, foi muito pesado o que falei”, justificou a acusada.
Ofendido e sendo vítima de ataque, Gabriel Ferreira contou ao Gazeta Digital que não foi fácil registrar o boletim de ocorrência contra a agressora.
“Nunca imaginei que seria tão difícil fazer um negócio desses. Realmente, é pesado e muito desconfortável. Porém, está feito. Ninguém pode sair impune”, frisou.
A Lei nº 7.716 de 1989 prevê a punição de crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. O artigo 2, descreve que se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem, o praticante está sujeito a reclusão de um a 3 anos e multa.
O caso foi registrado como injúria racial e está sob investigação.
Fonte: gazetadigital