Morre Isabel Salgado, ícone do vôlei brasileiro, aos 62 anos

Morre Isabel Salgado, ícone do vôlei brasileiro, aos 62 anos
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Isabel disputou dois Jogos Olímpicos com a seleção brasileira e foi uma das pioneiras do vôlei de praia. No início da semana, ex-atleta foi anunciada como integrante da equipe de transição do governo Lula.

A ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado morreu na madrugada desta quarta-feira (16/11), aos 62 anos. Ela estava internada no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para tratar de uma pneumonia que acabou se agravando e culminou num quadro de síndrome aguda respiratória.

“Confirmamos a partida de uma das atletas mais importantes que este país teve. No momento, a família está reunida e não teremos nenhuma declaração. Pedimos a compreensão de todos. Isso será feito assim que possível”, disse a assessoria da ex-atleta.

Ainda na segunda-feira, Isabel havia sido anunciada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, como integrante do grupo temático de esportes da equipe de transição do governo Lula. Segundo relatos de amigos, Isabel estava bem de saúde até a semana passada.

Maria Isabel Barroso Salgado Alencar nasceu no Rio de Janeiro em 2 de agosto de 1960. Ela começou a jogar vôlei no Flamengo e foi bicampeã brasileira. Na sequência, ela se consolidou como uma das principais jogadoras de vôlei de quadra da seleção brasileira na década de 1980.

Isabel disputou os Jogos Olímpicos de 1980, em Moscou, e de 1984, em Los Angeles – as duas primeiras participações da seleção feminina de vôlei numa importante competição internacional. Com a seleção, Isabel conquistou um bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1979, em San Juan. Ela foi também a primeira jogadora brasileira a atuar numa liga no exterior, quando foi para a Itália, em 1980.

Pioneirismo e ativismo fora das quadras

Seu pioneirismo transcendeu da quadra para a areia. Isabel foi uma das precursoras no vôlei de praia e conquistou seis medalhas em torneios mundiais não oficiais – o Campeonato Mundial de Vôlei de Praia chancelado pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) é organizado desde 1997, ano em que Isabel encerrou sua carreira.

Isabel também ficou conhecida por sua participação em movimentos democráticos. Ainda atleta, participou do movimento das Diretas Já e, após sua aposentadoria do vôlei, foi ativa em iniciativas que uniam o esporte e a democracia. Ela costumava cobrar um posicionamento dos atletas, especialmente por serem pessoas públicas com grande apelo e alcance popular.

Isabel deixou cinco filhos: Maria Clara, Carol Solberg e Pedro Solberg (estes três seguiram a paixão da mãe pelo vôlei de praia), além de Pilar Salgado e Alisson. Isabel chegou a jogar vôlei de praia com as duas filhas Maria Clara e Carol – a última ainda está ativa e, em 2020, foi advertida pelo STJ por ter gritado “Fora, Bolsonaro!” em uma entrevista pós-jogo.

Lamentações e condolências

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Isabel. “Isabel Salgado não foi apenas um símbolo para o esporte, mas também de luta na defesa de seus ideais. Seu pioneirismo no esporte abriu as portas para muitas brasileiras. Suas conquistas levaram o Brasil a outro patamar na história do vôlei feminino”, escreveu Lula em seu Twitter.

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, também emitiu suas condolências. “Muita tristeza, perdemos hoje a Isabel do Vôlei. Mulher de talento, coragem e posições firmes”, disse.

Outras personalidades lamentaram a morte de Isabel. Entre elas, a também ex-jogadora de vôlei e integrante do grupo de transição Ana Moser, a esposa de Lula, Janja Lula Silva, a deputada federal Marina Silva, além de instituições esportivas, em especial o Clube de Regatas do Flamengo.

Fonte:    dw.com

 


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