Com um fundo de mais de R$ 130 milhões de reais, Projeto Vertentes combate a desertificação, promove melhoria do solo e diminuição de gases de efeito estufa
O sexto dia da 27ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP27), que ocorre no Egito, foi de grande importância para o Cerrado, bioma brasileiro que predomina no Centro-Oeste, mas que se espalha também pelas regiões Norte, Nordeste e Sudeste.
O governo brasileiro, por meio dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Banco Mundial e o Global Environment Facility (GEF) anunciaram neste sábado (12) o Projeto Vertentes, cujos objetivos são combater a desertificação, promover o manejo sustentável das cadeias da soja e da pecuária de corte, recuperar áreas degradadas, diminuir a emissão de gases de efeito estufa e proteger a biodiversidade.
Ao todo, serão mais de R$ 130 milhões (25 milhões de dólares) financiados pelo Programa de Impacto de Sistemas Alimentares, Uso da Terra e Restauração (FOLUR, na sigla em inglês).
O Projeto Vertentes alcançará mais de 47 milhões de hectares do Cerrado nos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
O secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Fernando Zelner, falou da importância da disponibilização de recursos financeiros.
“Esse projeto é fantástico porque ele não só nos dá a chance de implementar a agricultura de baixo carbono com também mostra para os parceiros internacionais que quando a gente recebe apoio financeiro, a gente multiplica isso em termos de investimento privado e resultados. Para o Brasil, hoje foi um grande resultado”, comemorou.
Já o secretário-adjunto de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Osvaldo Antônio Pinheiro Silva, destacou a importância da ação conjunta entre as diferentes partes e afirmou que o anúncio feito neste sábado é fundamental para consolidar a agenda.
“O projeto tem muito a contribuir na parte de combate à desertificação e na restauração de áreas degradadas. Acredito que esse movimento é importante e que o projeto abriu um espaço muito relevante, sobretudo com aquilo que é capaz de acelerar o processo, que é ter recursos disponíveis”, disse o representante do MMA.
“A gente tem tecnologia e a gente tem ativo ambiental, o que demonstra nosso grande potencial de alcançar uma agricultura de baixo carbono associada a projetos que trazem adaptação e mitigação de maneira conjunta”, explicou o coordenador de sustentabilidade da CNA, Nelson Filho, que continuou: “vamos integrar melhores tecnologias e ações para que o produtor rural possa garantir ao produto brasileiro, em todas as suas cadeias, uma adicionalidade muito importante, que, além da qualidade, é a sustentabilidade.”
Matthew Reddy, representante do GEF, afirmou que não é possível falar da importância da cadeia global de alimentos e de agricultura sustentável sem colocar grande ênfase no Brasil. “O Projeto Vertentes traz confiança para os investidores. Esperamos que ele seja expandido”, pontuou. Já Ioannis Vasileiou, do Banco Mundial, classificou a iniciativa como inovadora e ambiciosa.
FONTE:visaoagro.com.br