Em um reunião realizada na tarde deste domingo (6) na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), em Cuiabá, para falar sobre as manifestações antidemocráticas promovidas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), o responsável pela pasta Alexandre Bustamante esquivou-se de uma pergunta sobre o teor dos atos.
“Eu não vou entrar no mérito do motivo da manifestação, que é julgamento pessoal”, disse Bustamante.
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“O direito de manifestar é público. Quanto ao tema que está sendo manifestado, não cabe a mim comentar se vai ser A ou B, o que que eles querem. Não temos lideranças, não temos pauta de reivindicação”, completou.
Desde o resultado da eleição presidencial, que completa uma semana neste domingo, apoiadores do presidente Bolsonaro têm promovido atos golpistas com o pedido de intervenção militar por não aceitar a vitória do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na tarde de sábado, um comboio de aproximadamente 200 caminhões vindos da região Norte do Estado chegou à sede do 13º Pelotão de Polícia do Exército, em Cuiabá.
No mesmo dia, o procurador-Geral da República Augusto Aras solicitou providências a respeito dessa ação. Ao comentar sobre o caso, o gestor afirmou que “informações estão sendo repassadas” à PGR a fim de demonstrar o trabalho feito no Estado.
“Acredito que a manifestação vai durar um pouco, não sei se eles vão embora hoje, amanhã”.Segundo Bustamante, não há uma reivindicação “escrita” ou “pautada” para que a segurança possa negociar. “O direito de manifestação está sendo garantido pelo estado, assim como o direito de ir e vir”.
Também participaram da reunião Carlos Paim, Secretário Nacional de Segurança Pública, e o Secretário de Operações Integradas do Ministério de Justiça e Segurança Pública, Alfredo Carrijo.
Ambos foram enviados a Mato Grosso em nome do Ministério Justiça após a provocação de Aras à pasta. Em sua fala, Paim ressaltou que é importante ter a integração entre as forças e conhecer a capacidade do efetivo que as autoridades dispõem para saber “como, eventualmente, trabalhar juntos”.
Alfredo Carrijo, por sua vez, afirmou que o Estado tem preservado o direito constitucional dos cidadãos “que querem se manifestar”,”quanto aqueles que querem poder se locomover”.
Sobre a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele disse que a atuação dos agentes frente às manifestações é complexa, tendo em vista que ocorrem atos do tipo em todo o Brasil.“A PRF tá fazendo o máximo que pode. O Ministério Da Justiça está aqui para ajudar, apoiar naquilo que for necessário e para que a gente consiga caminhar juntos sem nenhum transtorno”.
Fonte: gazetadigital.com.br