Após serem dispersados dos trechos interditados nas rodovias federais e estaduais, eles prometem acampar por tempo indeterminado
Caminhoneiros bolsonaristas da região Norte de Mato Grosso ameaçam travar, neste fim de semana, a BR-163, entre Cuiabá e Várzea Grande.
Inconformados com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), consequentemente, a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), os manifestantes pedem intervenção federal.
Na Capital, os organizadores e participantes dos atos antidemocráticos prometem acampar por tempo indeterminado em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, mais conhecida como Avenida do CPA.
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“Aí, galera, mais de 100 caminhoneiros reunidos aqui. Olha só que coisa mais linda. Está esperando mais, chegando mais. Mais de 100 caminhões reunidos todos para Cuiabá. Saíram de Sorriso, se reuniram com o pessoal de Sinop, de Lucas do Rio Verde, pagar o pedágio com notas de R$ 200, em dinheiro e a velocidade máxima na 163 será de 60 km por hora, ou seja, vamos parar a 163, sem parar assim mesmo”, diz um dos manifestantes, em rede social.
Desde o anúncio do resultado da eleição 2022, no dia 30 de outubro passado, os bolsonaristas começaram a bloquear diversos pontos de rodovias federais e estaduais em todo país.
Na sexta-feira (4), a tropa de choque da Polícia Rodoviária Federal (PRF) atirou bombas de gás para dispersar os manifestantes na BR-163, em Guarantã do Norte (715 km ao Norte de Cuiabá), um dos últimos pontos de interdição registrados em Mato Grosso.
Antes, na quinta-feira (3), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, em sessão da Corte Eleitoral, a primeira após o segundo turno das eleições, afirmou que “a democracia venceu” no Brasil e que “não há como se contestar” os resultados.
“Aqueles que criminosamente não estão aceitando, aqueles que criminosamente estão praticando antidemocráticos, serão tratados como criminosos, e as responsabilidades serão apuradas”, afiançou.
GOVERNADOR FAZ APELO – Já o governador de Mato Grosso Mauro Mendes (União) usou as redes sociais para reconhecer a derrota do presidente Jair Bolsonaro e pedir a pacificação dos protestos antidemocráticos no Estado.
Em vídeo publicado no fim da tarde desta sexta, o governador reeleito lembrou que o presidente teve uma expressiva votação no Estado, mas que a maioria dos brasileiros optaram por Lula.
“Eu sei que ainda tem muitas pessoas tristes com o resultado das eleições. Aqui em Mato Grosso demos ao presidente Jair Bolsonaro 65% dos nossos votos, uma expressiva votação. Nós perdemos, mas democracia é isso. Não importa se ganha por um milhão ou dois milhões de votos ou por um voto, a vontade é da maioria. E a maioria no Brasil escolheu outro presidente”, disse.
No Estado, Bolsonaro recebeu 1.216.730 votos (65,08% do total) e Lula 652.786 votos (34,92% do total).
Mauro lembrou ainda que as forças de segurança estão atuando nas rodovias e que é preciso garantir o direito de ir e vir.
“Nesse momento, eu vejo muitas manifestações ao longo da semana e temos conversado com a Polícia Militar e com PRF (Polícia Rodoviária Federal) que está atuando nas rodovias. O que peço para todos vocês é que façam suas manifestações de maneira livre e ordeira, mostrando o grande valor do povo mato-grossense e mostrando a nossa força, sem exceder”, disse.
O governador prossegue citando um ditado que “diz que quem apela, perde a razão”.
“Se nós bloquearmos as estradas e cercear o direito constitucional de ir e vir, isso é muito ruim e causa prejuízos aos nossos irmãos mato-grossenses, comerciantes, produtores e pessoas que precisam transportar suas mercadorias”, reforçou.
Fonte: diariodecuiaba.com.br