Justiça vai às ruas de Sinop para conscientizar população sobre violência doméstica contra a mulher

Justiça vai às ruas de Sinop para conscientizar população sobre violência doméstica contra a mulher
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A “Blitz Educativa: a Justiça nas ruas para prevenir a violência contra a mulher” é uma iniciativa da Comarca de Sinop (500 Km a norte da Capital) e vem sendo realizada mensalmente há mais de dois anos. A ação, de acordo com a juíza Débora Caldas, da 2ª Vara Criminal, tem como proposta conscientizar a população e prevenir a violência doméstica contra a mulher. Na última edição (26 de outubro), o tema foi “Comunicação Não-violenta (CNV)”, para explicar às pessoas como a comunicação correta e assertiva é determinante para evitar brigas e conflitos familiares.
Na abordagem aos motoristas e transeuntes, em uma das principais avenidas da cidade, a equipe da blitz, com linguagem acessível, preparada pela magistrada, entregou um folheto e apresentou os quatro passos da técnica CNV e mostrou com exemplos como devem ser utilizados na relação interpessoal.
Os passos da técnica de comunicação assertiva ensinam que no diálogo entre as pessoas é preciso, sem julgamentos, observar o fato (o acontecimento), quais os sentimentos surgem a partir dessa observação, identificar a necessidade pessoal a ser atendida (o desejo) e, de forma clara e transparente, fazer o pedido.
Na maioria das vezes, conforme cita a juíza, a necessidade a ser atendida é uma situação cotidiana da residência, como a divisão de afazeres domésticos, acompanhar as tarefas escolares dos filhos e até mesmo receber um beijo antes do outro sair de casa. “A diferença está na forma em que a comunicação é colocada em prática. Após observarmos a situação concreta, sem julgamentos, percebermos os sentimentos que surgiram e a nossa necessidade, temos que fazer o pedido claro e objetivo. Tudo tem que ser com amorosidade e, lembrando, que pedido não é ordem”, assinalou Débora.
E o sucesso da blitz, na visão da juíza, diretora substituta do Fórum, é medido pelo acolhimento e a manifestação de apoio das pessoas abordadas. Toda a movimentação nas ruas é acompanhada pela Guarda Civil Municipal, Polícia Militar, além de representantes da maioria das demais entidades e instituições que compõem a Rede de Enfrentamento e Combate à Violência Doméstica contra a Mulher de Sinop.
Doutora Débora Caldas considera que a interação da Rede tem sido peça fundamental para o êxito do projeto. A cada blitz, com a presença da magistrada, a equipe leva para a rua um tema, previamente discutido e preparado pelos participantes da Rede. Entre os assuntos já tratados estão temas sobre os tipos de violência contra as mulheres; o que é a Rede de Enfrentamento e Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; importunação sexual; conceitos de machismo e feminismo, com significados e contextos; violentômetro – você sofre ou pratica alguma dessas condutas?; violência sexual contra crianças e adolescentes; como identificar os sinais de futura violência doméstica e o recente crime de violência psicológica.
Álvaro Marinho
 TJMT

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