Materiais são classificados como os mais sensíveis recuperados pelo FBI, desde que a agência começou a investigar o ex-presidente e seus assessores sobre um possível mau uso de informações confidenciais
Documentos contendo informações altamente sensíveis sobre o Irã e a China estavam entre os materiais recuperados pelo FBI em Mar-a-Lago, a propriedade do ex-presidente Donald Trump, informou o jornal “The Washington Post” nesta sexta-feira (21).
A divulgação do conteúdo dos documentos pode expor os métodos de coleta de informações dos Estados Unidos, segundo fontes familiarizadas com o assunto disseram ao jornal norte-americano. Pelo menos um dos arquivos descreve o programa de mísseis do Irã, e outros contêm dados de inteligência altamente sensíveis envolvendo a China.
As fontes do jornal caracterizaram os documentos dentre os mais sensíveis recuperados pelo FBI, desde que a agência começou a investigar o ex-presidente e seus assessores sobre um possível mau uso de informações confidenciais
Um porta-voz de Trump não respondeu imediatamente aos pedidos do “The Washington Post” para comentar sobre a questão na manhã desta sexta.
As fontes que conversaram com o jornal disseram que muitos dos materiais mais sensíveis levados para o resort na Flórida são documentos de análise que não possuem nomes das fontes, embora ainda possam fornecer informações para adversários estrangeiros.
Alguns dos arquivos estão disponíveis apenas para funcionários do mais alto nível do governo dos EUA, como o presidente ou membros do gabinete. A CNN relatou que, desde as buscas do FBI em agosto, a comunidade de inteligência dos EUA reiniciou os trabalhos de revisão da classificação e da chamada avaliação de danos relacionados ao armazenamento de materiais confidenciais por Trump em Mar-a-Lago.
A avaliação de danos é uma análise de longo prazo que estudará qual seria o risco para a segurança nacional dos EUA se o material armazenado em Mar-a-Lago fosse exposto. A revisão da classificação é concebida para revisar cada documento e definir se suas categorias são atuais.
Na quinta-feira (20), a CNN reportou que a equipe jurídica de Trump está avaliando se deve permitir que agentes federais retornem à residência do ex-presidente na Flórida e realizem uma busca supervisionada para satisfazer as exigências do Departamento de Justiça de que todos os documentos sensíveis do governo sejam devolvidos, informaram as fontes.
Em conversas fechadas com a equipe de Trump, bem como em arquivos judiciais, o Departamento de Justiça deixou claro que acredita que Trump não cumpriu uma intimação de maio que exigia a devolução de todos os documentos marcados como confidenciais, e que mais registros governamentais continuam ausentes.
Alguns no círculo mais próximo de Trump não acreditam que ainda haja documentos do governo faltando, uma vez que o FBI apreendeu quase 22 mil páginas quando realizou um mandado de busca em Mar-a-Lago, em agosto.
Fonte: cnnbrasil.com.br