O Corinthians não conquistou seu grande objetivo da temporada, mas, ainda assim, o técnico Vítor Pereira falou em orgulho após o vice-campeonato da Copa do Brasil, vencida pelo Flamengo, nos pênaltis, no estádio do Maracanã, na noite desta quarta-feira.
O treinador também falou sobre a escolha de Lucas Piton entre os titulares, mudando o esquema de jogo. No segundo tempo, ele colocou Adson e o sistema voltou ao 4-3-3, com uma melhora da equipe, que culminou com o empate e, posteriormente, a disputa de pênaltis.
“Em relação ao Piton, (a entrada dele foi) no sentido de termos largura, a jogar contra o losango. É difícil controlar a largura quando se tem dois homens completamente abertos. O objetivo foi deixar o Róger mais alto para criar problemas em termos de transição. Deixamos Róger e Yuri mais altos em linhas diferentes, variar bem o jogo, fazê-los correr atrás da bola”.
“Penso que conseguimos, pena foi ter sofrido aquele gol e, depois, o Plano B era voltar ao nosso 4-3-3 habitual, ter mais a bola e acho que conseguimos, chegamos ao empate. Depois, a tristeza é grande. Seguir em frente. Acho que a torcida deve se sentir orgulhosa, eu estou orgulhoso da minha equipe”, finalizou.
O Corinthians, agora, precisa voltar suas atenções para o Campeonato Brasileiro. Com um jogo a menos após a suspensão contra o Goiás, o Timão está na quinta colocação, com 53 pontos. No sábado, é dia de clássico contra o Santos, às 19h (de Brasília), na Vila Belmiro, pela 33ª rodada.
Veja outros trechos da coletiva de Vítor Pereira:
Sentimento
“Custa perder assim, mas custava mais perder se chegássemos aqui e não tivéssemos jogado nada. Como ouvi muito comentarista dizer, que viríamos aqui só para defender, mas viemos para jogar e ganhar, era esse o objetivo. Não viemos para ver o Flamengo jogar, isso foi claro”.
Pênalti: sorte ou competência?
“Pênalti é uma questão também de trabalho, não é uma questão de sorte, é de ter a tranquilidade, a paz de espírito sob pressão, decidir bem e chutar bem. Eles conseguiram marcar mais um pênalti para eles, venceram, parabéns, e lamentar, por aquilo que fizemos merecíamos mais, na minha opinião, mas é o futebol”.
Balanço
“Nós tivemos um período grande com muitos jogadores lesionados, dez jogadores fora e, com isso, jogadores importantes, que, de fato, dão mais alguma coisa, não conseguimos andar sempre na luta pelos primeiros lugares. Conseguimos chegar às quartas na Libertadores e à final da Copa do Brasil. Mas as finais são os títulos que contam. Neste, foi pena (ter perdido). A equipe, com essas lesões todas, não jogou o que poderia jogar, o que está jogando neste momento, naturalmente. Chegaram outros jogadores, depois mais aquele tempo para ligar esses jogadores, depois outros jogadores que saíram. Neste momento, honestamente, viemos aqui e batemos no Flamengo na casa deles, para mim, de igual para igual, para mim, até tivemos por cima, mas esse é o jogo que podemos jogar quando todos os jogadores estão disponíveis”.
Trabalho em campo
“Vi tudo o que imaginei. O Flamengo tem dificuldades de defender a largura, quando se passa a primeira linha de pressão, eles têm dificuldade de defender. Muito jogador técnico, mas que, quando são empurrados para trás, têm dificuldades. Mas também se tornam perigosos quando partem, porque são jogadores que criam situações de gols e fazem gols. Nós fizemos um jogo competente, de qualidade, para mim, acho que tivemos mais posse e iniciativa do que eles. Não sei o que aconteceu, mas eles se desgastaram, ficaram tempo atrás da bola, e eles são uma equipe que, quando corre muito atrás da bola, tem dificuldade. E foi isso que aconteceu na grande maioria da segunda parte. Na primeira parte também tiveram dificuldades em perceber e encontrar os espaços, portanto, acho que fizemos um jogo competente e que me orgulho, me orgulho também da minha torcida. Isso é que me deixa… Muita pena de não dar (um título)”.
Permanece ou não no Corinthians?
“Depois desse jogo era o timing para ter uma conversa com o presidente Duilio e vou ter essa conversa com eles e eles dirão alguma coisa. Eu não vou anunciar algo em público quando ainda não tive uma conversa com ele. Não posso fazer isso”.
“Eu gosto muito… O Corinthians, para mim, é um clube que, desde o início, me identifiquei muito com o espírito, com o sentido do povo. Por isso, essa tristeza… Podia ser uma alegria. Me identifiquei muito com a torcida, com o presidente, as pessoas do clube, portanto, as coisas… Eu gosto muito do clube, sinceramente. Não vou falar aqui sobre o meu futuro, vou falar com o Duilio e vocês vão ouvir da boca dele (decisão)”.
Planejamento
“Independentemente do trabalho que fazemos, não é só pensar no presente. O nosso trabalho é pensar também no futuro. O Corinthians tem um trabalho de base feito e que vai crescer no futuro, ser mais forte, não tenho dúvida. Comigo ou sem mim”.
Reta final do Brasileirão
“Não tem dúvida nenhuma que essa parte final do Campeonato vai ser muito difícil. Agora, nós tínhamos como objetivo claro, entre nós, grupo, ganhar essa Copa, nunca escondemos isso de ninguém dentro do grupo. Não foi possível, foi pena, não conseguimos. Agora temos que buscar forças, porque daqui a dois dias vamos viajar outra vez, temos que nos recompor da paulada que levamos, mas temos que estar em condições de ir a Santos e discutir o jogo, que vai ser difícil, sem dúvida nenhuma”.
Fonte: www.gazetaesportiva.com