Estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), técnicos-administrativos e professores realizaram, na tarde desta terça-feira (18), um ato contra o bloqueio de verbas das instituições de ensino superior e em apoio a candidatura de Lula (PT) à presidência da República. Eles também se manifestaram contrários à reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
A concentração teve início às 15h, em frente à Praça do Restaurante Universitário (RU). Em seguida, pouco depois das 16h, os estudantes saíram em caminhada pela avenida Fernando Corrêa e retornaram para a reitoria.
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Segundo os organizadores, a manifestação é em resposta ao bloqueio de verbas do governo Bolsonaro nas universidades e institutos de educação, medida anunciada em 5 de outubro.
Contudo, dois dias depois o Ministério da Educação (MEC) recuou da deliberação e fez o desbloqueio. Caso a decisão se mantivesse, as instituições poderiam ter seu funcionamento comprometido, segundo as próprias unidades.
Bianca Bezerra, 25, estudante de zootecnia da UFMT e diretora da União Estadual (UEE) dos Estudantes, diz que a mobilização é por uma educação pública, gratuita e de qualidade. “Lutamos por uma educação que integre toda a sociedade e para que cada vez mais jovens possam entrar na universidade.
Além disso, Bianca diz que, na UFMT, por exemplo, o contingenciamento de recursos reflete diretamente na qualidade dos serviços ofertados à comunidade estudantil, principalmente infraestrutura. “A universidade está sendo sucateada”.
O estudante Emanuel Dominic, 17, está no último ano de logística no IFMT Campus Várzea Grande. À reportagem, ele explica que em sua unidade os investimentos em pesquisa, ensino e extensão minguaram nos últimos anos.
“Hoje nós temos uma realidade crítica”, diz o jovem. “Queremos permanecer na escola estudando. Para isso acontecer, precisamos de investimento e precisamos de um governo comprometido seriamente com a educação”, ressalta Emanuel.
Outra pauta defendida pelo jovem é a revogação da Emenda Constitucional 95, conhecida como teto de gastos, que limita por 20 anos os gastos públicos. Ela foi promulgada em dezembro de 2016 e passou a ter vigência em 2017 – no governo do ex-presidente Michel Temer.
“Lula presidente é o nosso futuro. É o governo que vai ter compromisso com a educação e revogar o teto de gastos”, diz o estudante.
Segundo estudo divulgado em abril deste ano pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), o gasto público com educação entre os anos de 2017 e 2021 caiu de forma consecutiva.
Em 2021, por exemplo, foram gastos R$ 118,4 bi, o menor valor desde 2012, quando foram empenhados R$ 121,2 bi. O recordo para o período de 2010 a 2021 é do ano de 2014, com valor estimado em R$ 150,3 bi.
Fonte: gazetadigital.com.br