Dez centros de pesquisa brasileiros estão recrutando jovens de 12 a 17 anos para serem voluntários na pesquisa de uma candidata a vacina contra chikungunya. O Instituto Butantan desenvolveu o imunizante e coordena essa pesquisa.
Entre adultos, a vacina fez efeito por pelo menos seis meses, causou efeitos colaterais leves e produziu anticorpos contra chikungunya em mais de 96% dos voluntários.
O gestor Médico de Desenvolvimento Clínico do Butantan, Eolo Morandi Junior, destaca a importância dessa vacina.
Ao todo, são cerca de 750 voluntários. Deles, 500 vão receber a vacina e 250 uma substância sem efeito. A expectativa é que, até o começo do ano que vem, os pesquisadores comecem a compartilhar com a Anvisa os dados do estudo. E que, a partir de 2024, a agência reguladora tenha informações suficientes para decidir se autoriza o uso dessa vacina.
O estudo da vacina contra chikungunya está previsto para durar um ano e deve ocorrer na cidade de São José do Rio Preto, em São Paulo; e nas capitais São Paulo, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Aracaju e Campo Grande.
O médico infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Julio Croda, afirma que ainda é possível se inscrever para testar o imunizante.
A chikungunya é uma doença infecciosa causada pelo vírus de mesmo nome, que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes albopictus, que também transmite febre amarela, e Aedes aegypti, que transmite dengue e zika. Os sintomas incluem febre acima de 38 graus e meio e dores intensas nas articulações dos pés e das mãos, além de dor de cabeça e nos músculos, e manchas vermelhas na pele. E 30% dos casos são assintomáticos.
O vírus está presente em mais de 120 países e os primeiros casos no Brasil foram identificados no ano de 2014.
Com produção de Salete Sobreira.
Edição: Roberto Piza / Guilherme Strozi
Victor Ribeiro Rádio Nacional