Uma horta de cerca de 100 metros quadrados na Escola Estadual Militar Tiradentes Tenente Coronel Loirson Rodrigues Benevides, no bairro Jardim Glória, foi totalmente revitalizada após a iniciativa de professores, por meio de parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural Sustentável (SEMMADRS), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT).
Ao longo desta semana, 12 professores e duas técnicas de nutrição escolar participaram do curso de olericultura, oferecido pelo Senar-MT, graças ao intermédio da SEMMADRS e Sindicato Rural de Nossa Senhora do Livramento. O objetivo é aproveitar o espaço em aulas práticas com os alunos da unidade.
“Tinha uma horta aqui no passado, mas estava abandonada. Surgiu a demanda da coordenadora da escola, que nos solicitou apoio e nós viabilizamos o curso de olericultura do Senar. Em várias escolas de Várzea Grande tem horta, são projetos que já andam sozinhos, mas, quando solicitado, nós prestamos assistência com logística e conhecimento dos nossos profissionais”, informa Jhonattan Ferreira, coordenador de Desenvolvimento Rural Sustentável da SEMMADRS.
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Devido ao antigo estado da horta, a instrutora do curso e técnica de campo do Senar, Kamila Malhado, explica que foi necessário fazer a limpeza, organização dos canteiros, aplicação de calcário, adubação química e orgânica, sombreamento e implantação do sistema de irrigação via gotejamento, antes do plantio de mudas e sementes. “Todos aproveitaram e aprenderam bastante, principalmente os macetes de condução de uma horta, então foi bem proveitoso. Vamos plantar tomate, pimentão, pepino, abóbora, melancia, alface, cebolinha, salsa, coentro, maxixe, agrião… Com certeza, a produção vai ser suficiente para o consumo da escola e ainda vai sobrar”, afirma.
Iniciação científica e interdisciplinaridade
Como o espaço da horta é grande, três canteiros serão usados em um experimento sobre uso da beterraba para fins medicinais com diferentes tipos de adubação, projeto proposto pela professora de Química, Raquel dos Santos Amim, à Fapemat. “Eu estava com meus alunos do 1º ano e vimos essa horta abandonada, sem mexer por causa da pandemia. A gente teve a ideia inicial de reativar essa horta, então eu inscrevi um projeto para a Fapemat, que foi aprovado. A professora de Ciências deu a ideia da gente solicitar o curso do Senar pra gente conhecer mais sobre horta, irrigação. Posteriormente, o intuito é fazer análises físico-químicas de alguns parâmetros da água aqui mesmo no laboratório da escola com os alunos”, conta Raquel.
A horta será um local de aula de campo para várias disciplinas, além de proporcionar aprendizados transversais. “Aqui dá pra trabalhar inúmeros conteúdos. Dá pra ensinar Ciências, Matemática, Química, Biologia, Geografia… Precisa ter Educação Ambiental na escola. Levar essas hortaliças para a cozinha é fundamental, porque tem alunos que não gostam de verduras e legumes e até para eles serem multiplicadores em suas casas, orientando a família a fazer um cultivo de uma cebolinha, uma hortelã, pois é algo que não tem inseticida, algo natural”, avalia a professora de Ciências, Lucília dos Santos.
Para ela, os alunos vão aprender mais do que cuidar da horta, mas levar ensinamentos para a vida. “Eles vão estar aprendendo a ter respeito com o meio ambiente, trabalhar em equipe. Isso vai fortalecer a interação entre os alunos, professores e direção da escola, o que é primordial”, projeta.
O coordenador disciplinar da Escola Militar, Tenente Coronel Francisco de Assis da Silva, elogiou a iniciativa dos professores e destacou a relevância do projeto. “É muito importante para a escola, tanto para o aprendizado dos alunos, como futuramente, a escola vai render frutos para a comunidade escolar e para a vizinhança. A questão da parceria com a Prefeitura também vai render porque queremos envolver outras secretarias em projetos que temos para a comunidade escolar”, disse.
Fonte: copopular.com.br